Nas últimas 24 horas, num raio de 100 quilómetros centrado no Funchal, foram registados 28.414 raios. Esta foi uma informação avançada ao JM por Victor Prior, delegado regional do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que mais explicou que, destes, 24.516 foram entre nuvens ou intranuvens e os restantes 3.900 nuvem-terra. O responsável avançou ainda que não tem memória de um dia em que tenham ocorrido tantas descargas elétricas como ao longo do dia de ontem e desta madrugada.

A Estrada de Santa Clara, em Câmara de Lobos, estava esta manhã fechada ao trânsito automóvel. A decisão de encerramento daquela via perto do centro da cidade foi tomada depois de um muro de suporte ter desabado parcialmente. A queda de pedras e terras ainda atingiu uma viatura. A Estrada de Santa Clara liga o centro da cidade ao Estádio de Câmara de Lobos. 

Uma equipa dos Bombeiros Voluntários da Madeira está a acorrer nesta altura a um incêndio num prédio em construção na Rua das Hortas. Para além da corporação dos BVM, também a PSP foi chamada ao local com o intuito de apurar a origem do incêndio. As chamada parecem estar concentradas no primeiro andar, onde estavam guardados materiais de construção, justificando uma abordagem mais cautelosa por parte dos bombeiros. Clientes do Hotel Windsor revelaram ao JM que ali estão habitualmente alguns sem abrigos que aproveitam para furtar alguns equipamentos e materiais.

Num comunciado enviado à redação, a Câmara Municipal do Funchal informa que Miguel Silva Gouveia, presidente da autarquia, está a acompanhar, desde o início da manhã de domingo, o rescaldo que o Município está a fazer das ocorrências na noite passada, onde o Funchal voltou a registar valores de precipitação muito elevados, mais uma vez sob forte trovoada. “Esta noite tivemos cerca de 30 ocorrências registadas no concelho, a maior parte delas relacionadas com inundações e colapsos de estruturas, tais como muros e pedras que caíram para a via pública.

Moradores do bairro de Santa Maria resgataram uma residente no Caminho do Palheiro, cuja habitação foi atingida pelos detritos de uma estrada que rui parcialmente face ao mau tempo. Após o resgate, os populares descrevem uma situação complicada, que felizmente não trouxe consequências mais trágicas, mas relembram, muito queixosos, que esta era uma situação previsível, porque a estrada está em obras há cerca de um ano e a circulação neste troço estava encerrada.

Em declaração do JM, Victor Prior, delegado regional do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), apontou que os níveis de precipitação registados nas últimas 24 horas foram superiores aos verificados no 20 de Fevereiro de 2010. Segundo o mesmo, no Observatório Meteorológico do Funchal, entre as 9 da manhã de ontem e as 9 horas de hoje, os níveis de pluviosidade situaram-se nos 290 milímetros (mm). Já os restantes maiores valores a destacar verificaram-se na Ponta do Pargo, onde foram registados 250 mm, na Cancela (no serviço regional de Proteção Civil), com 240 mm, e em São Vicente (183 mm).

Uma suspeita de fogo na estação elétrica de Água de Pena, em Machico, acionou esta manhã, pelas 10h32, sete operacionais dos Bombeiros Municipais de Machico (BMM). Segundo apurou o JM, a presença de fumo intenso terá gerado o alerta que fez sair a corporação. No entanto, na chegada ao local a equipa de socorro verificou que não haviam chamas, apenas fumo que terá sido o resultado, ao que tudo indica, de um curto-circuito.

O presidente do Governo Regional esteve a acompanhar as operações de socorro e de emergência, na sequência do temporal que afetou a Madeira na tarde e noite de sábado, e pediu mais atenção às forças de segurança na fiscalização ao cumprimento do recolher obrigatório. Miguel Albuquerque revelou, ontem, que reuniu com o Representante da República e vários comandantes das forças de segurança, em particular com o Comandante Luís Simões da Polícia de Segurança Pública (PSP) para se inteirar da fiscalização que é feita no período do recolher obrigatório.

No Canto do Muro, uma estrada foi bastante fustigada pelo temporal. Como se não bastasse uma derrocada devido ao aluimento de terras face à intensa acumulação da água da chuva, a estrada também desabou e ainda atingiu uma habitação situada um pouco mais abaixo. Nesta altura, o local está vedado à circulação automóvel.

O parque de estacionamento do CentroMar no Funchal foi bastante afetado pela chuva. Várias viaturas ficaram completamente submersas e só esta manhã, com a ajuda dos bombeiros, é que foram alvo de reboque. Ainda não foram avaliados os prejuízos, mas são seguramente bastante avultados.