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Mar 22, 2021 - 4 minute read

Erros do costume foram punidos com goleada

O Marítimo regressou ontem às derrotas e à zona de despromoção após ser goleado pelo Famalicão de Ivo Vieira, por 4-0, em jogo da 24.ª jornada da I Liga de Futebol. Minhotos nunca haviam vencido nos Barreiros. Mesmo sem deslumbrar, o Marítimo até entrou melhor no jogo, criando as melhores oportunidades para desbloquear o marcador e defendendo a sua área de forma segura. Mas a habitual falta eficácia (até deu para desperdiçar uma grande penalidade), somando os erros individuais do costume na defesa, acabaram novamente por dar vantagem ao adversário. O Famalicão de Ivo Vieira venceu por 4-0, mas podia ter regressado a casa com um resultado ainda mais expressivo. Para este duelo de aflitos, o técnico madeirense dos minhotos fez apenas uma mudança no onze inicial que levou a jogo contra o Sp. Braga, com Ugarte a entrar, por opção técnica, para o lugar de Pereyra. Já Júlio Velazquez operou duas alterações em relação ao triunfo do Marítimo sobre o Nacional, promovendo a titularidade de Guitane e Milson nos lugares do castigado Edgar Costa e de Correa, lesionado. Famalicão e Marítimo demoraram a desencaixar-se um do outro em termos táticos, mas quando tal aconteceu, saltou à vista a eficácia dos minhotos. Até à meia hora de jogo, os verde-rubros detinham o sinal mais quanto a ocasiões de golo, mas depois só deu azul e branco. O futebol de transição rápida da equipa de Julio Velázquez, que teve Milson como principal protagonista nos primeiros minutos, criou o primeiro desequilíbrio aos 8 minutos. O angolano roubou uma bola a meio campo, meteu o turbo e já perto da grande área isolou Rodrigo Pinho, que só não marcou porque Luiz Júnior opôs-se com uma grande defesa. Milson entrou endiabrado no jogo e pouco depois do quarto de hora, o Famalicão, já tinha dois jogadores amarelados. A equipa de Ivo Vieira não conseguia encontrar espaços para entrar na grande área com o seu futebol organizado, que procurava instalar-se no meio campo defensivo madeirense, e com isso exponha-se ao contragolpe conduzido sob a velocidade e capacidade de drible do jovem angolano. Antes do descalabro, o Marítimo ainda dispôs de mais uma boa ocasião para inaugurar o marcador, quando Rafik, aos 27, recuperou nova bola a meio a campo e fez um passe de morte para Pinho, mas o avançado perdeu algum tempo na grande área e já com pouco ângulo, atirou ao lado. Na resposta, os minhotos criaram a primeira ocasião. Hugarte fez um grande passe para Gil Dias, e este, com espaço na direita, derivou para o meio e rematou para grande defesa de Amir. Pouco depois chegou o primeiro golo do jogo e logo a seguir o segundo, com a defesa maritimista a exibir todas as fragilidades demonstradas ao longo da época. Decorria do minuto 32 e Ivo Rodrigues, recebeu a bola em plena área e após trabalhar sobre vários adversários, enquadrou-se com a baliza e atirou rasteiro sem grandes hipóteses para Amir. Cinco minutos depois, Milson facilitou em zona proibida e Anderson ficou com o caminho aberto para a baliza madeirense. O jogo podia ter voltado à toada de equilíbrio dos primeiros minutos se, aos 42, Rodrigo Pinho tivesse aproveitado a grande penalidade cometida por Riccieli, que derrubou Joel, mas o melhor marcador dos verde-rubros, atirou ao lado. Os dois golos sofridos em tão pouco tempo e a grande penalidade não aproveitada deixaram a equipa madeirense algo atordoada. E as coisas podiam ter ficado ainda piores caso o Famalicão, já em período de descontos, tivesse convertido uma das duas boas oportunidades que dispôs em plena grande área verde-rubra. Em ambas as ocasiões, valeu a entrega de Hermes a oferecer o corpo aos remates. A vencer por 2-0, o Famalicão regressou do intervalo ainda mais confiante e também disposto a ampliar a vantagem o quanto antes, até para dar o golpe de graça nas esperanças madeirenses. Não foi preciso esperar muito. Aos 50, Ivo Rodrigues bisou na partida, a passe de Ugarte à entrada da grande área. O extremo voltou a ter tempo e espaço para decidir bem, atirando rasteiro para levar a bola a entrar junto ao poste. A reação do Marítimo chegou dois minutos depois, com Rodrigo Pinho a desviar um cruzamento de Hermes ao primeiro poste, mas a levar a bola a sair muito por cima da baliza de Luiz Júnior. Foi o último grande momento dos madeirenses. A equipa quebrou emocionalmente, tornando-se uma presa ainda mais fácil para a estratégia do Famalicão, de gestão dos momentos do jogo mas sem deixar de olhar para baliza de Amir. Os minhotos passaram a controlar totalmente o jogo e também a construir oportunidades para ampliar o marcador. Foram várias, mas só deu para mais uma. Aos 78, um grande trabalho de Gil Dias pela direita culminou com um cruzamento que foi desviado por Anderson, à boca da baliza. Tudo bem feito, com processos simples mas com muita intenção e intensidade. O espelho puro da forma como a vitória famalicense foi construída.