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Mar 23, 2021 - 4 minute read

Vacina dá imunidade de seis meses

Ainda há muito por apurar. Mas estima-se que a vacina contra a covid-19 dá pelo menos imunidade de seis meses. Covid-19
A doença tem um ano mas para quem lida com ela é muito nova e enigmática. Traz ainda muitas dúvidas. Mas há uma certeza: a vacinação é uma grande arma contra a covid-19, a qual tem feito milhões de mortes em todo o Mundo. Mas até quando uma pessoa vacinada tem imunidade?, foi o que quisemos saber. Igor Fábio, adjunto da direção clínica da hospital da Luz afirmou ontem que não há certezas mas que se estima que a mesma poderá ir até seis meses. Já os curados da doença têm entre três a quatro meses de imunidade. Outra dúvida muito comum está relacionada com a circunstância de muitos questionarem se uma pessoa vacinada fica livre de voltar a apanhar o coronavírus SARS-CoV-2. Igor Fábio diz que ninguém está cem por cento livre. O que acontece é que se o vírus entrar num corpo já vacinado, com as duas doses, ficará ‘fraco’ e deixará o sujeito praticamente sem sintomas. Não tendo sintomas, a probabilidade de infetar outras pessoas é também baixa. Ainda assim e porque de velho, morreu o seguro, há todas as indicações para que os vacinados continuem a usar máscara, a cumprir com o distanciamento social e a fazer a higienização das mãos. Igor Fábio diz que a vacinação não decorre à velocidade que era desejada mas frisa que na Madeira está mais avançada. “O ideal era termos mais gente vacinada”, refere, apontando vários fatores que impedem esta situação. Um deles tem a ver com o atraso dos laboratórios. Crê ainda que até o fim de verão ou até mesmo antes, tenhamos atingido imunidade de grupo. Sobre as diferenças nos tempos de pausa entre as duas vacinas que, neste momento, estão a ser inoculadas à população madeirense – a da Pfizer e a da AstraZeneca- o diretor clínico do hospital da Luz diz que isso é indiferente, desde que se verifique que a eficácia é a mesma. O médico vai mais longe e diz que faz sentido até atrasar a segunda toma para se conseguir chegar ao maior número de pessoas possível. Segundo as normas atuais, o vacinado só atinge a proteção máxima contra a doença sete dias após a toma da segunda dose. “Só, daqui a um ano, teremos informação suficiente e garantida de quanto tempo tem de imunidade, uma pessoa vacinada”, explica. O médico aproveita a oportunidade para dizer que as vacinas, desde que estejam no mercado, são cem por cento seguras. Lamenta que haja quem tenha receio de ser vacinado. “Pelo que sei foram conhecidos 20 casos de trombose em cinco milhões. É mais provável, uma pessoa com 50 a 60 anos, ter uma trombose sem ser vacinada do que uma pessoa que foi vacinada ter uma trombose”, afirma. O médico admite que está a ser muito questionado sobre se é seguro receber a vacina, sobretudo a AstraZeneca. Diz que tem familiares com doenças mas que pediu aos mesmos para não perderem a oportunidade. “Ninguém no seu perfeito juízo, ia administrar uma vacina que não trouxesse segurança à população”, afirma ainda este médico em declarações ao JM. O médico lembra que o grande objetivo da vacinação é o de impedir que o vírus se multiplique , pelo que quanto mais rápido a população estiver vacinada, melhor. “Ninguém pode dizer, com cem por cento de certeza, qual o tempo de imunidade que o vacinado tem”. ”Não deixem escapar a oportunidade!” “Não deixem escapar esta oportunidade!”, apela o médico Igor Fábio, o qual aconselha a que todos os que são contactados vão logo receber a vacina e sem qualquer receio. Lamentando a situação que se gerou em torno da AstraZeneca, Igor Fábio diz que recomenda aos familiares a inoculação daquela vacina e não tem dúvidas de que a mesma é tão segura como a da PFizer e como qualquer outra que venha a ser aprovada pela Agência Europeia do Medicamento. “Recebo muitas pessoas na consulta que querem saber a minha opinião sobre a segurança da AstraZeneca. Reparei que há muita gente assustada. E isso não faz sentido”, adianta ainda em declarações ao JM. Se 70 a 80 por cento das pessoas forem vacinadas, conseguimos que impedir que o vírus ande de um lado para outro. “Não há nenhuma vacina que tenha cem por cento de eficácia”, lembra ainda. Mas isto acontece com todas as vacinas para todas as doenças e não apenas para a covid-19.