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Mar 23, 2021 - 3 minute read

Três concelhos concentram 72% dos desempregados

O desemprego na Madeira aumentou 30,4% desde o início da pandemia. No mês imediatamente anterior à chegada do novo coronavírus à Região, ou seja, em fevereiro de 2020, havia 15.590 pessoas inscritas no Instituto de Emprego, mas o valor foi escalando até chegar aos 20.331 desempregados no final do mês passado. É o próprio Instituto de Emprego da Madeira a explicar, na análise aos dados estatísticos mais recentemente divulgados, que a diferença de 4.741 inscritos é justificada pelo “impacto da covid-19”. Adicionalmente a estes números, no mês passado estavam “2.343 desempregados a participar em programas de emprego e 152 inscritos a frequentar um curso de formação profissional, num total de 2.495 ocupados, mais 346 do que no mês homólogo”. Com grande parte das atividades muito limitadas pelas restrições impostas, os novos inscritos no centro de emprego atingiram os 962 só em fevereiro, o que representa, ainda assim, uma diminuição face ao mês homólogo (-9,2%) e ao mês de janeiro de 2021 (-15,3%). A fraca dinâmica da economia madeirense é também refletida pelo número de novas ofertas de emprego (142, no mês passado). Com o recolher obrigatório imposto a partir das 19h00, nos dias úteis, e às 18h00, nos fins de semana, os postos de trabalho oferecidos pelas empresas e as integrações no mercado de trabalho realizadas ao longo de fevereiro foram inferiores aos valores homólogos. Um dado que traduz “a dificuldade de reinserção no mercado de trabalho e/ou da transição escola-trabalho, em função do contexto atual”, justifica o IEM. Concelhos com mais desemprego Os concelhos do Funchal (8.587), de Santa Cruz (3.273) e Câmara de Lobos (2.717) congregam mais de metade dos desempregados da Região Autónoma, correspondendo a 42,2%, 16,1% e 13,4% dos casos, respetivamente. Em termos absolutos, os três concelhos, que também são os mais populosos da Região, concentravam 14.577 desempregados em fevereiro (72%). No lado oposto, os concelhos do norte da Madeira são os que menos peso têm nos valores do desemprego, registando o Porto Moniz 206 desempregados (1%), São Vicente 341 (1,7%) e Santana 472 (2,3%). Áreas de atividade Os trabalhadores de limpeza são o grupo mais representativo dos inscritos no Instituto de Emprego da Madeira. Em fevereiro último, estavam à procura deste emprego 2.932 pessoas, a maioria das quais mulheres (2.646). Este número corresponde a um aumento de 17,3% face ao período homólogo. Os trabalhadores de serviços pessoais são o grupo que vem logo a seguir com 2.569 desempregados inscritos, à frente dos vendedores 2.466 (+37,5%) e dos empregados de escritório 1.237 (+20,7%). Diretores no desemprego Os dados desdobrados mostram, por outro lado, que o número de diretores desempregados também subiu. Com efeito, de acordo com os dados do IEM, os diretores de serviços administrativos e comerciais no desemprego aumentaram 24,3% em fevereiro face a igual mês de 2020, os diretores de produção e de serviços especializados à procura de trabalho cresceram 11,8% e os diretores de hoteleira, restauração, comércio e outros serviços subiram 28,6%, passando de 119 inscritos, em fevereiro de 2020, para 153, no mês passado. Atividade económica No mês de fevereiro o desemprego registado (novo emprego) por atividade económica estava disperso pela agricultura, pecuária, caça, floresta e pesca (2,1%), pela indústria, energia e água e construção (14,8%) e pelos serviços (83,1%). A construção civil, que apenas suspendeu momentaneamente a atividade em 2020, registou ainda assim mais 209 desempregados, mas foi nos serviços, a principal atividade económica na Madeira, onde o drama foi maior. Todas as áreas dos serviços pioraram de um ano para o outro, com especial destaque para o alojamento, restauração e similares, que passou de 2.800 pessoas desempregadas para 4.610. Também as atividades imobiliárias ressentiram-se fortemente da crise. Os desempregados nesta área aumentaram de 1.214 para 1.919 pessoas.