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Feb 15, 2021 - 2 minute read

Rússia responsabiliza Bruxelas por rutura nas relações com a União Europeia

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse hoje que a rutura entre Moscovo e a União Europeia (UE) começou há muitos anos e que a culpa é exclusivamente de Bruxelas. “Qualquer pessoa que esteja interessada, nem que seja um pouco, na situação na Europa sabe que essa rutura já existe há muitos anos. E as relações foram cortadas pela UE”, disse Lavrov, numa conferência de imprensa conjunta em São Petersburgo.

Lavrov apontouque o momento-chave foi quando os responsáveis da comunidade europeia demonstraram a sua “impotência” perante o que descreveu como o “golpe” de fevereiro de 2014 em Kiev, que levou à queda do Presidente ucraniano, Viktor Yanukovych.

“Acredito que nessa altura ocorreu uma verdadeira humilhação da União Europeia”, disse Lavrov, referindo-se à revolução conhecida como Euromaidan (uma vaga de manifestações nacionalistas que pedia uma maior integração europeia da Ucrânia).

O chefe da diplomacia russa acusou a UE de permanecer indiferente perante os ataques aos habitantes da Crimeia e de Donbass por aqueles que tomaram o poder em Kiev, a quem chamou de “ultra-radicais e neonazis”.

“A UE culpou a Rússia”, denunciou Lavrov, referindo-se às sanções de Bruxelas a Moscovo por causa da anexação da península da Crimeia na Ucrânia e pela intervenção armada no leste da Ucrânia.

Lavrov também criticou Bruxelas por renunciar nos últimos anos a todos os mecanismos de cooperação entre as duas partes, incluindo as cimeiras que ocorriam duas vezes por ano ou as reuniões anuais entre o Governo russo e comissários europeus.

Para Lavrov, os contactos entre a Rússia e a UE limitam-se agora ao essencial e a questões como o conflito na Síria ou o programa nuclear iraniano.

“Já vivemos há sete anos sem estes mecanismos. O quadro de relações foi destruído conscientemente por iniciativa da UE”, denunciou Lavrov, que acrescentou que Moscovo tem a obrigação de “estar preparado para qualquer desenvolvimento dos acontecimentos” que envolvam os 27 países da comunidade europeia.

“A escolha recai sobre a UE: se decidir que, em qualquer caso, as relações devem ser restabelecidas, estaremos preparados”, disse o MNE,  realçando que a Rússia não tem problemas com a maioria dos países europeus.

“A UE não deve ser confundida com a Europa. Não estamos a deixar a Europa. Na Europa temos muitos amigos, muitos correligionários. Continuaremos a desenvolver relações mutuamente benéficas com eles”, acrescentou.