O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira vai receber em audiência esta sexta-feira, pelas 10h30, os profissionais da cultura que reivindicam mais apoios para o setor da cultura e dizem não entender as restrições que continuam para os espetáculos. Segundo Marta Sofia, “esta medida pressiona as estruturas culturais para o cancelamento de eventos, colocando em risco o pagamento devido aos profissionais do sector cultural e todas as empresas que trabalham em áreas de apoio técnico e logístico."
Recordando que em janeiro de 2021 foi entregue uma proposta, à Secretaria Regional do Turismo e Cultura, sobre o processo de avaliação/elaboração de um plano de retoma à atividade cultural, bem como o esclarecimento desta base científica para que estas restrições sejam somente aplicadas na área da Cultura, enquanto outros espaços, como os locais de culto por exemplo, podem ter até 50% da capacidade independentemente da área do espaço”, a porta-voz dos artistas diz que “não precisamos de apoios, se pudermos trabalhar e existir um quadro de reagendamento real e capaz de corresponder a meses de interrupção ou pouca programação devido aos constrangimentos impostos por estas medidas”.
Os artistas reafirmam, “pela experiência já tida em período pandémico no segundo semestre de 2020”, que os responsáveis dos espaços culturais “têm sido absolutamente escrupulosos no cumprimento das determinações das autoridades de saúde, quer no controlo do acesso às salas, quer na fiscalização do comportamento dos espectadores ou visitantes, bem como na aplicação de regras na forma como os artistas apresentam as suas propostas, obrigando a distanciamento com o público e a evitar que haja qualquer tipo de contacto, tertúlia ou partilha de espaços comuns entre os espectadores e os agentes artísticos”.
“É possível fazer eventos ao ar-livre, em contexto controlado, como também foi feito em 2020, em que tivemos exemplos dados pela própria SRTC”, asseveram.
“Da mesma forma que se inauguram restaurantes com grande fé mas pouco espírito, revelando em pleno horário nobre que as leis existem para serem infringidas, desde que seja a pessoa que as faça infringi-las”, os profissionais da Cultura agradecem ainda “a pronta disponibilidade do senhor presidente da ALRAM, José Manuel Rodrigues, em nos receber, após termos sido ignorados e alvo de piada ontem aos olhos do nosso presidente do Governo Regional”.
“Muita insensibilidade numa altura de luto, em que continuamos a carpir sobre o estado das Artes, do Espetáculo e da Cultura, na Região Autónoma da Madeira”, concluem.