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Mar 25, 2021 - 4 minute read

Portugal sem inspiração... mas com os três pontos

Cinzenta, mas eficaz. É em traços genéricos o que se pode dizer da exibição da seleção portuguesa ontem, diante do Azerbaijão, onde a ‘equipa das quinas’ venceu pela margem mínima, por 1-0, com um autogolo ao minuto 37 por Maksim Medvedev. Valeram os três pontos, com Portugal a entrar com o pé direito na qualificação para o Mundial 2022. A jogar em Turim devido à pandemia de covid-19, Portugal recebeu o Azerbaijão com várias novidades na equipa. Com a ausência de Raphael Guerreiro, Fernando Santos deu a titularidade ao jovem do Sporting, Nuno Mendes, no lado esquerdo da defesa portuguesa.
Sem a presença na convocatória de William Carvalho e com Danilo na bancada, o selecionador nacional chamou Rúben Neves para a posição mais recuada no meio campo. Logo nos minutos iniciais, Portugal instalou-se no meio campo adversário e foi à procura do primeiro golo do jogo. A equipa do Azerbaijão limitava-se a defender/suster o volume ofensivo da formação portuguesa, com as linhas recuadas e muito juntas. A seleção nacional estava com dificuldade, por isso, para conseguir encontrar espaços no jogo anterior, explorava as linhas. Os laterais João Cancelo e Nuno Mendes estavam muito participativos no ataque nacional. Após várias tentativas, Portugal conseguiu desbloquear o marcador, num golo que surgiu através de uma infelicidade da equipa adversária. Num lance aparentemente controlado, o guardião do Azerbaijão, Mehemmedeliyev, sacudiu a bola para frente. A bola tabelou em Medvedev e só parou no fundo das redes azeris. O autogolo abriu o marcador, colocando Portugal em vantagem no encontro. Para a segunda parte, João Moutinho ficou no balneário, tendo sido substituído por Bruno Fernandes. Apesar da vantagem no marcador, a seleção nacional estava com muitas dificuldades perante a congénere azeri, não conseguindo chegar com objetividade e eficácia ao último terço do terreno. A ‘equipa das quinas’ mostrava-se desinspirada na construção no último terço, não conseguindo por isso as finalizações. Aos 70 minutos, a seleção azeri estava mais solta em campo e chegou-se com perigo à baliza de Anthony Lopes que, até então, tinha sido um mero espetador.
Portugal tentou contrariar a organização defensiva, mas não conseguiu encontrar o caminho do golo até aos 90 minutos. Nos descontos, João Félix teve nos pés o 2-0, mas o remate foi sacudido pelo guardião azeri, que fez uma grande exibição, bloqueando vários remates dos jogadores portugueses. 50 vitórias de Fernando Santos O treinador Fernando Santos alcançou ontem a 50.ª vitória ao comando da seleção portuguesa de futebol, que bateu o Azerbaijão por 1-0, em Turim, no arranque da qualificação para o Mundial de 2022. No seu 80.º encontro ao comando da formação das ‘quinas’, o técnico campeão da Europa de 2016 e vencedor da Liga das Nações de 2019, nascido na Amadora há 66 anos, adicionou mais um número ‘redondo’ ao seu historial, graças a um autogolo de Medvedev. Fernando Santos já era o treinador com mais jogos e vitórias ao comando da formação das ‘quinas’, depois de ter ultrapassado o brasileiro Luiz Felipe Scolari, que somou 42 triunfos em 74 encontros, entre 12 de fevereiro de 2003 e 19 de junho de 2008. O atual técnico luso também lidera no que respeita a troféus, sendo o único que os conseguiu, se bem que ‘Felipão’ tenha igualmente um currículo de respeito, com a presença na final do Europeu de 2004 e das meias-finais do Mundial de 2006. No que respeita apenas a jogos oficiais, o ex-treinador de Benfica, FC Porto e Sporting também é líder destacado de vários ‘rankings’, tendo somado ontem o 37.º triunfo, em 54 jogos, o que dá uma percentagem de 68,5% de vitórias. Fernando Santos estreou-se como selecionador nacional a 11 de outubro de 2014, com um desaire por 2-1 com a França, num particular realizado em solo gaulês, onde, menos de dois anos depois, viria a comandar Portugal ao maior feito da sua história. A 10 de julho de 2016, em Saint-Denis, no mesmo palco em que começara a caminhada com um desaire, levou a equipa das ‘quinas’ ao título europeu, com um triunfo por 1-0 sobre a mesma França, selado no prolongamento pelo ‘herói’ Éder.