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Apr 23, 2021 - 2 minute read

Onde estavam as mulheres no 25 de abril? Um concerto vai ajudar a esclarecer

Foram militares portugueses, homens, que pensaram e executaram o golpe de Estado de 1974 para acabar com a guerra colonial e com uma ditadura de quase meio século. Mas onde estavam as mulheres na revolução? É essa a pergunta que as comemorações de 25 abril promovidos pela Câmara Municipal do Funchal pretendem também levantar através de uma intervenção artística e de um concerto.

Segundo a ideologia vigente na altura, o lugar da mulher era em casa. Às mulheres eram atribuídas as tarefas domésticas e a função de cuidar dos filhos. Nas famílias mais pobres, as mulheres também trabalhavam, mas tinham direitos limitados. Na altura, se uma mulher quisesse trabalhar no comércio, abrir uma conta bancária ou sair de Portugal tinha de pedir autorização ao marido.

Mulheres, como Maria Teresa Horta, Natália Correia, Sophia de Mello Breyner, Maria Lamas, Catarina Eufémia, nunca se conformaram com essas imposições e ideologias. No entanto, existe todo um conjunto de mulheres anónimas que foram agentes de mudança e em muito contribuíram para mudar o regime de uma ditadura para uma democracia.

A revolução dos cravos, que tornou Portugal livre, se deve muito também às mulheres que lutaram na linha da frente ou na retaguarda familiar. Elas também estiveram lá e não podem ficar fora da história do 25 de abril.

Três atrizes: Isabel Martins, Laura Aguilar e Sara Cíntia, darão voz a poemas de mulheres de abril, numa intervenção artística sob o olhar videográfico de Rui Dantas Rodrigues. Intervenção que precederá ao concerto, previsto para as 21 horas, do dia 24 de abril, pela voz de Alexandra Barbosa.

Esta intervenção traz a luz as mulheres que permaneceram com os seus nomes na sombra de uma sociedade patriarcal, mas que foram agentes imprescindíveis para o sucesso deste marco no século XX português: a democracia!