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Mar 18, 2021 - 3 minute read

“Não deixem fechar a porta de entrada da Região”

Trabalhadores da Groundforce pedem intervenção do Governo Regional, alertando para a importância do serviço prestado na economia regional. Os trabalhadores da Groundforce manifestaram-se ontem em frente à Assembleia Regional, com uma adesão quase a 100% dos profissionais que prestam serviço na Região. Pedem, acima de tudo, que alguém os ajude nesta luta de manutenção de postos de trabalho, aumentando o tom das reivindicações aquando do intervalo da sessão plenária, em que alguns deputados aproveitaram para observar mais de perto e outros, como Ricardo Lume (PCP), chegaram mesmo a falar com os manifestantes.

Sérgio Araújo, madeirense com 26 anos de Groundforce, será um dos expoentes máximos da agonia que por estes dias invadem os trabalhadores da empresa prestadora de serviços nos aeroportos portugueses, incluindo as duas infraestruturas aeroportuária da Região.

Com futuro incerto e salário de março ainda por receber, também esteve presente na concentração, sendo mesmo um dos grandes impulsionadores de uma concentração, ‘vigiada’ pela PSP, é certo, mas extremamente pacifica e ordeira. “Não deixem morrer a Groundforce”, foi o grito de alerta mais ouvido, mas Sérgio Araújo foi mais longe e partilhou as suas preocupações.

“O que pedimos é uma garantia dos postos de trabalho. Neste momento, não há outra alternativa que não seja a intervenção do Estado. Sabemos que existe essa possibilidade, provavelmente, com a TAP como administradora, mas terá de ser feita através da Parpública”, disse Sérgio Araújo, complementando que “mais do que propriamente os ordenados, o que pedimos é a garantia dos nossos postos de trabalho para o futuro”.

Nas palavras de ordem ecoados, o Governo Regional foi chamado à equação. Sérgio Araújo explica que “o Governo Regional e os partidos políticos são solidários. Mas a solidariedade não resolve o problema. O que pedimos ao Governo Regional é que se lembre que isto é uma ilha, que depende 90% do turismo e deste 85% entra através dos aeroportos. Não somos só nós que estamos com estas dificuldades. Está o setor todo da aviação com dificuldades. Infelizmente, fomos os primeiros a cair, por más decisões”.

“Se a Groundforce cai, automaticamente cai um leque de indústria, desde a restauração”, explicando o seu raciocínio: “somos 208 trabalhadores na região, 25 dos quais no porto Santo. Perguntem aos trabalhadores qual o impacto. É extremamente elevado. Como somos um setor que trabalha por turnos há muita rotatividade, há muita gente que tem de comer fora porque são horas desreguladas. Temos horários de entrada às quatro da manhã, temos saídas às duas da manhã… este é um setor que ajuda muito no comércio local”.

“O que pedimos”, reiterou, “é que tenham em atenção que, somos a principal porta da Região e seremos provavelmente a primeira porta a reabrir e isto não pode cair. Têm de compreender que a economia da Região depende do aeroporto, depende de uma estrutura que possa prestar assistência com qualidade, com segurança, com as licenças de operação todas…. Isto não é uma empresa que trabalha só com bagagem.  É muito mais do que isso. As pessoas não fazem a noção do que é por um avião no ar. É desde meteorologias, intempéries da hora, garantir segurança dos passageiros. O que está aqui em questão é estratégico para toda a Região”.