José Manuel Ramos, médico madeirense, já tem o seu nome no mural olímpico do La Vie, não como atleta, mas como membro do corpo clínico do Comité Olímpico de Portugal, que marcou presença no Rio de Janeiro, em 2016. A experiência, segundo contou ao JM, é para ser para sempre recordada. A presença era já para ter acontecido em Barcelona, no entanto, foi só em 2016 que o ‘sonho’ acabou por confirmar-se. “Houve outras oportunidades, mas só em 2016 é que se proporcionou, já que o tempo de estadia, é no mínimo de um mês. Desta feita, optou-se por dividir o grupo em dois, e então permaneci durante 18 dias”, começou por dizer, para logo de seguida acrescentar, que os Jogos Olímpicos é o que se pode considerar o topo dos topos. “É o topo do mundo desportivo. É uma organização em que é raríssimo vermos falhas. Tudo funciona muito bem. Todos os atletas querem ganhar medalhas, mas nem todos o conseguem. Por um centímetro ou por um segundo ganha-se ou perde-se. É terrivelmente stressante. O grande problema é mesmo esse, o stress, o ambiente vivido pelos atletas”, começou por explicar. Mais, José Manuel Ramos, diz mesmo que é mais complicado trabalhar nos Jogos Olímpicos do que no ‘banco de urgência’ e explicou porquê “. Se nas urgências é preciso resolver logo, tratar no imediato ali, nos Jogos são situações em que temos dúvidas. Conheci alguns atletas, percebi-os, mas há outros que estão perante situações diferentes com objetivos muito altos em relação ao seu ‘status’ e não podem falhar. Vale muito a pena viver isto”, explicou o médico, acrescentando que “se os atletas não podem falhar, nós também não”. José Manuel Ramos, como não poderia deixar de ser, mostrou-se muito satisfeito por ver o seu nome associado ao Mural Olímpico do La Vie, ainda para mais, junto de grandes nomes do desporto regional, de quem é, de todos amigo. “Ir aos Jogos é um privilégio. Eu fui, gostei muito, trabalhei bastante, custou-me em parte não conseguir fazer tudo, porque é muito difícil. Acho o mural fantástico e só tenho de agradecer a amabilidade, a simpatia e iniciativa ao realizar uma coisa destas. Agora, espero que a oportunidade possa surgir para outros colegas meus, mais novos do que eu, com mais paciência. Agradeço muito e fico muito contente pelo meu nome estar aqui, ao lado de brilhantes atletas, todos meus amigos, curiosamente, e por isso só me deixa muito satisfeito. A iniciativa é brilhante. É muito importante dedicar um bocadinho de tempo ao desporto, porque faz bem à saúde e se calhar, evita muitos comprimidos que fazem mal ao nosso corpo”, disse a concluir o médico.