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Feb 20, 2021 - 3 minute read

Martírio colombiano na Madeira chega ao fim

No passado mês de outubro, o União SAD recebeu seis colombianos para reforçar a equipa que milita no Campeonato de Portugal, fruto de uma parceria com o grupo sul-americano Grow Sports, através de um empresário colombiano chamado Eduardo Brito, detentor de uma agência de futebolistas, a ‘EB Football Agency’, que faz parte do grupo Grow Sports. No entanto, a parceria acabou por cair por terra, com os colombianos a viverem um autêntico inferno, acabando depois o martírio por ter um final feliz, visto que os atletas já conseguiram regressar ao seu país.

Os seis jovens colombianos acabaram mesmo abandonados pelo seu empresário na Madeira, sem dinheiro para casa ou comida, muito menos para regressar ao país de origem.

Refira-se que os jogadores foram apresentados aos unionistas, mas o clube rescindiu o contrato pouco tempo depois, supostamente pelo não comprimento contratual da empresa que os representava.

Foi precisamente aí que começou o drama de Juan Miranda, Michael Cuadros, Miguel Marcucci, Dilan Grass, Brayan Ibarguen, e Juan Aguino, num caso que está a ser investigado pelo Ministério Público (MP).

O investidor que os representava desapareceu logo após a rescisão do contrato, deixando para trás alegadas dívidas, e os seis jovens, com idades compreendidas entre os 19 e os 21 anos, segundo apurou o JM, ficaram entregues à própria sorte, em situação ilegal, num apartamento na Madeira, em plena pandemia, sem quaisquer meios de sustento e sem saberem a quem pedir auxílio.

O drama continuou, com racionamento de comida e fome à mistura, até que os familiares dos jogadores, na Colômbia, decidiram pedir ajuda às autoridades competentes. Foi aí que os atletas começaram a ter um horizonte de esperança. Até que, a 6 de fevereiro, os jovens colombianos entraram no avião rumo a casa, culminando com um final feliz depois de momentos de grande aperto.

Momentos “desgastantes”

O JM ouviu ainda Sérgio Nóbrega, presidente da SAD unionista, que denunciou um “esquema fraudulento”, que originou momentos “desgastantes”. O responsável pela SAD adiantou que o União “apresentou logo queixa nas autoridades competentes” informando de imediato “os jogadores do plantel”, procurando sempre “a transparência”.

“Tínhamos duas hipóteses, ou deitávamos a toalha ao chão ou íamos à procura de soluções, e foi o que fizemos. Mas com a época a decorrer e com todos os problemas e dificuldades inerentes, foi impossível concretizar uma solução que fosse ao encontro das necessidades do clube, por isso acionámos um pedido de ajuda. Felizmente o Governo Regional da Madeira, através das relações internacionais e também do Instituto de Segurança Social foram céleres e conseguiram ajudar estes atletas a regressarem ao seu país”, declarou Sérgio Nóbrega, acrescentando que o empresário “nunca cumpriu com o que se comprometeu e deixou os jogadores ‘jogados’ na Madeira”. Sérgio Nóbrega realçou ainda que o União “recebeu depois emails de outros clubes da América do Sul a denunciar que tinham tido os mesmos problemas”, acrescentando que isto “trata-se de uma teia complicada, sendo importante alertar os clubes”.