A manhã cinzenta e chuvosa de ontem convidava a ficar em casa. Mas para os elementos da ‘claque’ Fanatics 13, revelava-se quase obrigatório destinar umas horas para manifestar apoio à equipa do Marítimo, por força do pior momento que atravessa na presente temporada. Através de uma publicação feita na sexta-feira através do Facebook, os adeptos apelaram aos ‘verdadeiros maritimistas’ para comparecem no sábado no complexo desportivo do clube, em Santo António, onde a equipa orientada por Milton Mendes tinha marcada mais uma sessão de trabalho para preparar a receção ao FC Porto.

O treino começou a horas, mas à chegada, os adeptos foram confrontados com vários elementos da PSP, que foram chamados pelo clube por receio quanto à ocorrência de distrúbios.

A presença dos elementos policiais, tanto uniformizados como à paisana (sete ao todo), não caiu nada bem junto dos elementos da claque, tendo até sido registadas algumas trocas de palavras ‘algo azedas’, mas marcadas pela sustentação de que a presença dos ‘Fanatics’ não tinha outro objetivo que não o de apoiar a equipa neste momento complicado (seis derrotas seguidas e queda para zona de despromoção).

Mais tarde, o treinador Milton Mendes foi ter com os elementos da ‘claque’, tendo o ‘mister’ ficado a par das intenções da presença dos adeptos e também das suas queixas quanto à forma de jogar da equipa.

“Não está em causa o perder, mas sim o passear dentro de campo”, afirmou disse um dos adeptos dirigindo-se ao treinador brasileiro, para assegurar depois que o grupo “não estava contra a equipa” e nem estava ali “para mandar bocas, mas sim para apoiar''.

“Nós estamos com vocês, não com a direção, mas a gente vê que não há garra, não há o verdadeiro Marítimo… a garra de estar a perder e vamos a eles”, depois de ouvir o técnico dizer “é nos momentos difíceis que tem de haver mais união”.

Tudo acabou com uma salva de palmas ao técnico, e que depois se estenderam aos jogadores que foram deixando o complexo de automóvel.

Duas baixas certas para o jogo

Alheios ao que se passava na zona do acesso principal ao complexo desportivo do clube, equipa técnica e jogadores do Marítimo prosseguiram com a preparação para o duelo com o FC Porto, com um apronto no relvado do campo da Imaculada Conceição.

Rodrigo Pinho, ainda em tratamento, voltou a falhar a sessão de trabalho realizada pela manhã, tendo Fábio China, também a recuperar de lesão, trabalhado à parte, nomeadamente com exercícios de corrida.

Tanto o avançado brasileiro como o lateral madeirense são, assim, baixas certas para o desafio de segunda-feira.

O treinador Milton Mendes voltou a testar onzes diferentes num treino que serviu também para aprimorar vários momentos de jogo do ponto de vista técnico-tático, com destaque para lances de bola parada.

Os verde-rubros cumprem hoje pela manhã, no Centro Desportivo da Madeira, na Ribeira Brava, o último apronto antes da recepção aos campeões nacionais. A sessão decorrerá, como é habitual, à porta fechada.

Zainadine quer “virar a página”

Zainadine acredita wue chegou a hora de “virar a página” à má fase que o Marítimo atravessa na I Liga e que a mudança tem de começar já no próximo jogo diante do FC Porto.

“Temos de virar a página já na segunda-feira. Jogando em casa, temos de nos impor e é isso que vamos fazer”, enalteceu o internacional moçambicano em declarações à televisão do clube ‘verde rubro’.

Os verde-rubros recebem o FC Porto na segunda-feira e segundo Zainadine, a receção aos ‘dragões’ será o “clique” para quebrar o ciclo negativo.

“Precisamos de uma vitória para poder dar o ‘clique’ que estamos à espera há muito tempo”, explicou o defesa-central, realçando que a formação tem “trabalhado no limite” para fazer “um bom resultado em casa”.