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Apr 5, 2021 - 3 minute read

Lagoas estão praticamente cheias

As três lagoas sob gestão da empresa pública ARM - Águas e Resíduos da Madeira estão com uma reserva global de água de 89% da sua capacidade. As chuvas dos últimos dias contribuíram para o valor que agora permite à Região prever um verão de 2021 tranquilo. De acordo com dados facultados pela Secretaria Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, a 31 de março, a Lagoa da Portela estava a 91% da sua capacidade, a Lagoa Águas Mansas a 85% e a Lagoa do Santo da Serra a 92%. “Em termos de precipitação, estamos efetivamente, nestes seis meses, de outubro a março, com valores normais para este período”, enfatiza Susana Prada. Ao contrário dos últimos anos em que choveu muito abaixo da média (2018/2019 menos 51% e 2019/2020 menos 64% do que a média), “espera-se um ano com maiores disponibilidades hídricas, no entanto, a água disponível para rega resulta do balanço entre a água proveniente das captações e as necessidades para abastecimento público”. Ora, continua, “se os maiores utilizadores de água da Madeira, os municípios do Funchal e Santa Cruz - utilizam 65% da água distribuída na Região - mantiverem o ritmo crescente de solicitação de água, por via do aumento das perdas, então a quantidade de água para regadio manter-se-á idêntica à dos anos anteriores”, antecipa a governante. Por outro lado, e no que diz respeito às perdas de água, Susana Prada declara que o Funchal é o concelho que se destaca. “O indicador de eficiência das redes mostra claramente que as redes do Funchal são responsáveis pelas maiores perdas de água, perdendo cerca de 35.000 metros cúbicos (m3) de água por quilómetro de rede”, afirma. Já as redes geridas pela ARM, ainda de acordo com os dados do governo, “perdem 10.000 m3 de água por quilómetro de rede, ou seja, possuem um terço das perdas geridas pelo Município do Funchal”. Ainda assim, o Governo Regional, através da ARM, está a fazer um forte investimento nos sistemas de águas, nomeadamente nos municípios da Ribeira Brava, Câmara de Lobos, Machico, Santana e Porto Santo. No entanto, “todos os restantes municípios deverão fazer investimentos na recuperação das suas redes de águas, pois além de uma obrigação legal é um imperativo ambiental, social e económico”, sublinha. Nove investimentos do PRR O Governo Regional tem um conjunto de investimentos previstos para diminuir as perdas nas redes de abastecimento e nas levadas e disponibilizar mais água aos cidadãos. As obras serão executadas ao abrigo do Plano de Resolução e Resiliência (PRR) e vão juntar-se aos projetos já em curso no valor de 73 milhões de euros. No total, os nove projetos perspetivados no PRR chegam a 70 milhões de euros e visam também disponibilizar mais água, essencialmente aos agricultores. Com efeito, há três eixos fundamentais que orientam os novos investimentos: captar águas desaproveitadas, sem qualquer impacto nos ecossistemas; aumentar o armazenamento de água em altitude; e recuperar canais de rega degradados.