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Mar 23, 2021 - 2 minute read

Calado assume ter reservas sobre gestão pública da ZFM

O vice-presidente do Governo Regional admitiu, ontem, que tem “muitas reservas” sobre a eficiência da gestão pública da Zona Franca da Madeira, comparativamente à gestão privada. Recorde-se que o Governo Regional comprou a parte da SDM.
Pedro Calado foi ouvido na comissão de inquérito parlamentar da Assembleia Legislativa sobre a adjudicação direta por parte do Governo Regional, em 2017, à Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (SDM) do Centro Internacional de Negócios da Madeira.
O governante comparou a gestão privada do Centro Internacional de Negócios, com grande sucesso na promoção da RAM e do seu desenvolvimento, com a gestão pública da praça financeira de Canárias. Em resposta às questões colocadas por Élvio Sousa, do JPP, exemplificou que entre 2015 e 2019, o governo de Canárias não obteve receitas com a sua zona franca, enquanto que a Madeira arrecadou 16 milhões de euros, em taxas, dividendos e IRC. Nesta audição parlamentar, solicitada pelo PS, o socialista Miguel Iglésias acentuou que a questão do CINM é atualmente um “escândalo nacional”, questionando Pedro Calado sobre as buscas policiais na semana passada ao Governo Regional e à SDM. No entanto, o presidente da Comissão de Inquérito, Lopes da Fonseca, ‘cortou’ o assunto por não fazer parte do objeto da audição.
Em resposta a Iglésias, o vice-presidente do GR comentou que o objetivo do PS não é saber o que se passa com a zona franca, mas sim “atirar lama e areia para os olhos dos madeirenses”. Disse ainda, a dada altura, que o PS deverá solicitar novas comissões de inquérito quando conseguir acabar com a Zona Franca e destruir seis mil postos de trabalho. Sobre a solução encontrada pelo Governo Regional, que ficará a gerir a ZFM, comentou que “uma simples conta de mercearia” comprova que foi um “excelente negócio”. A RAM vai gastar 7,3 milhões de euros na compra do capital da ZFM. Atendendo a que a Região arrecada 4,4 milhões anuais, paga esse valor num ano e meio. O presidente do Governo é o próximo a ser inquirido, desta feita, por escrito. Os partidos devem enviar as questões até ao final desta semana.