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Mar 12, 2021 - 3 minute read

À ‘boleia’ do sonho de ser treinador na ‘Premier League’

Hugo Vasconcelos, jovem natural do Funchal, mudou-se de armas e bagagens comandado pelo sonho de ser treinador na ‘Premier League’. Entretanto, juntou-se a uma equipa local e faz parte do plantel. A pandemia tem dominado e paralisado todo o mundo, nada que impedisse Hugo Vasconcelos, jovem madeirense, de mudar-se de armas e bagagens para o Reino Unido, país que lhe poderá abrir a porta para a realização da grande aspiração.

“Estou no segundo ano do mestrado em treino desportivo, que é o ano de estágio. Tratei da minha mudança, da documentação, pequenos pormenores que são importantes”, descreveu.

Em junho, após ter tratado de documentos e enviado alguns currículos para clubes londrinos, um clube que milita atualmente na ‘Premier League’ abriu-lhe as portas para uma possível entrada como treinador dos escalões de formação. O madeirense nem pensou duas vezes e mudou-se para a capital britânica.

“Na altura fiquei deliciado com a ideia de poder vir a trabalhar num clube que está na ‘Premier League’, poderia vir a trabalhar na formação do clube, estava contente e então quis vir para cá assim que tivesse viagens para mudar”, continuou.

Na altura em que Hugo Vasconcelos aterrou em terras britânicas, as notícias não foram as melhores. “Deixaram de me responder e fiquei bastante desapontado. Era algo que queria bastante”, lamentou.

Resiliência

O madeirense não baixou os braços, insistiu e mantém-se no caminho que lhe poderá dar o tão desejado sucesso.

“Quando vim para cá tinha em mente que ia ter de me sujeitar a qualquer trabalho para poder pagar a casa. Sabia que muito provavelmente o futebol não me iria dar o suficiente. Numa zona perto de onde vivemos encontrei um clube que se chama Bishops Stortford FC, onde estou a fazer o estágio e a dar treinos”, explanou.

“Através desse clube, apareceu a oportunidade de jogar no Enfield Football Club, porque num dos treinos da equipa júnior com os miúdos, houve um que não pôde aparecer e, na parte final em que os miúdos estavam a fazer jogo, disse que matava a saudade de jogar e que entrava um pouco. O meu orientador no clube no final do jogo veio falar comigo, disse que eu até tinha jeito para jogar”, explicou.

Ser jogador não é para o madeirense de 25 anos a principal razão que o motiva, o objetivo é seguir a carreira como treinador. Mas a oportunidade surgiu e “é um rendimento extra que poderá tornar tudo muito mais fácil”, como nos disse.

“Fiz testes no Enfield, um clube mais pequeno, que joga numa divisão mais inferior, mas é uma oportunidade para que me vejam. Após o primeiro treino o treinador quis que eu ficasse. Disse tudo bem e aqui estou”, regozijou-se.

“De forma muito resumida, a razão que me fez vir para Inglaterra foi seguir o sonho de ser treinador, quem sabe um dia chegar à ‘Premier League’. Isso é o verdadeiro sonho. Quem não sonha estar ao lado dos melhores?”, rematou.

Paixão diferente

Entre a paixão e vivência das pessoas no desporto-rei, Hugo Vasconcelos apontou uma diferença que considerou abismal em relação ao futebol luso.

“A paixão pelo jogo e não pelos clubes. Conheci adeptos fanáticos. Existem em todo lado, mas em Portugal acho que somos muito mais fanáticos pelo clube do que pelo desporto em si. As pessoas aqui querem o futebol, querem o espetáculo, querem ver a bola a rolar e 11 homens de cada lado a correr atrás dela”, argumentou.

 

Madeira sempre presente

Apesar da ainda curta estadia em terras de sua majestade, Hugo Vasconcelos tem conhecido alguns madeirenses.