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May 1, 2021 - 4 minute read

Vigilância epidemiológica detetou apenas um caso de gripe na Região

De acordo com o último boletim informativo publicado pelo Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais (IASAÚDE), no passado dia 23 de abril, sobre a Vigilância Epidemiológica da Gripe na Região Autónoma da Madeira, a atividade gripal tem sido “esporádica”. Em 720 amostras laboratoriais realizadas deste o início da época gripal (28 de setembro de 2020), até ao passado dia 18 de abril, foi detetado na Região apenas um caso positivo para Influenza, uma infeção viral dos pulmões e das vias aéreas por um dos vírus da gripe.

No resto do País, e tendo em conta o número de habitantes, a taxa de incidência (embora um pouco superior em relação à Madeira) tem sido também muito baixa, rondando (entre 12 e 18 de abril) os 14,2 casos por cada 100.000 habitantes.

Mas, afinal, a que se deverá tão grande quebra?

Na opinião do pneumologista Vítor Teixeira, a implementação generalizada de medidas de controlo de infeção, como o uso de máscaras e a lavagem frequente das mãos, mas também a grande adesão à vacinação verificada entre o final do ano passado e início deste foram fundamentais para esta quase inexistência de casos de gripe, não só na Madeira, mas também no resto do País e até em várias partes do mundo.

O especialista refere que esta baixa incidência da atividade gripal começou a sentir-se no ano passado na Austrália, com um decréscimo enorme de casos de gripe. Em Portugal, essa mesma taxa também sofreu uma quebra vertiginosa.

Num ano em que o País adquiriu mais de dois milhões de vacinas contra a gripe [na Madeira foram compradas 56 mil], Vítor Teixeira reconhece que este facto pesou bastante nos resultados registados.

Aliás, se há aspetos positivos desta pandemia, este é um deles.

Este médico não tem dúvidas de que todas estas medidas ‘anti-covid’ vão com certeza alterar no futuro a nossa postura perante as infeções virais, nomeadamente a gripe.

 

Entre 2019/2020 foram 268

Entre outubro de 2019 e maio de 2020, o Laboratório de Patologia Clínica do SESARAM analisou laboratorialmente 854 amostras e 268 destas deram positivo para Influenza (gripe).

De acordo com o boletim publicado a 22 de maio de 2020, referente à atividade gripal, o tipo de vírus Influenza em circulação, desde o início da época gripal (em outubro de 2019), era na maioria do tipo B. Contudo, a partir do final do mês de janeiro de 2020, começou a verificar-se uma inversão nesta prevalência, com predominância dos vírus do tipo A.

Nesse mesmo período, em todo o País, a taxa de incidência da síndrome gripal estimada era de 28,89 por 100 mil habitantes, o que correspondia a uma atividade gripal de baixa intensidade com tendência estável.

De salientar que, relativamente ao número de óbitos decorrentes do vírus da gripe, Portugal registou entre 2017/2018 e 2018/2019 uma média de três mil mortes por ano. Relativamente à época gripal de 2019/2020, ainda não existem dados publicados.

De referir também que desde 2015 as doenças respiratórias são a terceira causa de morte no País, sendo responsáveis por 19% dos óbitos ocorridos todos os anos.

 

Grande adesão à vacinação

Muito por conta da situação pandémica que vivemos desde o início do ano passado, a campanha de vacinação contra a gripe foi este ano uma das mais concorridas de sempre.

Desde a campanha 2018/2019 que a população madeirense está a aderir mais à vacinação, mas foi este ano que se deu um “salto” nos números.

Comparativamente à vacinação ocorrida em 2019/2020, este ano (campanha 2020/2021) já foram vacinadas mais 12.202 pessoas. Segundo o mais recente relatório publicado pelo IASAÚDE, na atual campanha de vacinação já foram administradas 51.930 vacinas.

 

É a doença mais frequente do adulto

De acordo com a Direção-Geral de Saúde (DGS), a gripe “é a doença mais frequente do adulto e pode ser prevenida pela vacinação”. Ao contrário de uma constipação, a gripe é causada por um vírus e provoca sintomas mais graves nas vias respiratórias.

Embora seja uma doença contagiosa que se cura, na maioria das vezes espontaneamente, pode, no entanto, haver complicações, sobretudo em pessoas com doenças crónicas ou com 65 ou mais anos de idade.

Como “os vírus da gripe estão em constante alteração e a imunidade provocada pela vacina não é duradoura”, a DGS recomenda a vacinação anual, preferencialmente no final de cada ano.

A vacinação contra a gripe é gratuita e recomendada essencialmente às pessoas com mais de 65 anos, crónicos e imunodeprimidos (a partir dos seis meses de idade), grávidas e profissionais de saúde ou prestadores de cuidados.