“A segurança sempre foi inegociável e um requisito fundamental para que qualquer vacina chegasse aos mercados da UE”, adiantou Stella Kyriakides. A presidência portuguesa do conselho da UE agendou uma reunião de urgência dos ministros da Saúde, por videoconferência, para debater as conclusões dos peritos sobre os eventuais riscos associados à vacina AstraZeneca contra a covid-19.

Ainda que desconhecendo o teor das conclusões deste encontro, o presidente do Governo Regional salientou que não há qualquer indicação da OMS ou da Agência Europeia do Medicamento para interromper a administração desta vacina, pelo que o processo de vacinação decorrerá com normalidade.

“Está tudo a correr bem”, assegurou Miguel Albuquerque, à margem de uma visita ao Convento de Santa Clara, no Funchal. “Essa questão foi suscitada, mas são efeitos como há na vacina da gripe ou outra qualquer vacina. Neste momento não há nenhuma recomendação da OMS nem da agência europeia para que a vacina deixe de ser administrada”.

O governante reforçou que “o objetivo é termos todos os cerca de 9 mil professores e auxiliares educativos todos vacinados até ao dia 9, e os cerca de 40 mil alunos testados até ao dia 16 de abril, para iniciarmos todos os ciclos de ensino com as melhores condições de segurança”.

Além disso, Albuquerque referiu-se ainda ao facto de alguns docentes terem recusado a vacina. “Alguns não podem por razões de saúde, outros não quiseram e isso está dentro da liberdade individual de cada um. O Governo não pode obrigar nem impor a vacinação a ninguém. Mas é um grupo muito pequeno, por isso não vai por em causa a reabertura das aulas presenciais".

Ao final do dia de ontem, a Comissão Europeia disse aos Estados-membros que a vacina da AstraZeneca é, apesar dos riscos, uma “parte importante” do portefólio de fármacos da União Europeia (UE) contra a covid-19, apelando a coordenação sobre o seu uso.

“A vacina da AstraZeneca é uma parte importante do nosso portfólio de vacinas e é uma parte significativa das campanhas nacionais de vacinação e dos nossos esforços para fazer face ao impacto da covid-19”, declarou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

 

EMA vai ter em conta sugestão britânica

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) disse ontem que a União Europeia (UE) terá “em conta” a recomendação de especialistas britânicos que sugeriram alternativas à administração da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 para menores de 30 anos. “Quanto ao Reino Unido, não posso comentar qual foi a tomada de decisão para restringir a uma determinada idade, mas posso dizer-vos que há muito mais uso em grupos etários mais jovens no Reino Unido do que há na UE neste momento e certamente teremos isto em conta nas nossas futuras avaliações”, declarou a diretora executiva da EMA, Emer Cooke.