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Feb 9, 2021 - 2 minute read

Vacinação pode salvar 3.500 vidas até fim de setembro

O epidemiologista Henrique Barros estimou hoje que se o processo de vacinação contra a covid-19 correr como o previsto serão salvas 3.500 vidas até ao final de setembro. As estimativas, que assentam em dois cenários, foram apresentadas pelo presidente da direção Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto na reunião para analisar a situação epidemiológica da covid-19 que juntou, no Infarmed (Lisboa), investigadores, o primeiro-ministro, o Presidente da República, ministros, partidos, confederações patronais, estruturas sindicais e conselheiros de Estado.

Os parâmetros utilizados para pensar o efeito da vacinação baseiam-se num modelo que considera os internamentos gerais e os internamentos em unidades de cuidados intensivos e também as vacinações, assumindo duas hipóteses de eficácia vacinal: 90 ou 70%.

“Supondo que 70% da população estará vacinada no final de setembro temos dois cenários diferentes para a velocidade da vacinação”, adiantou.

Um dos cenários pressupõe que dois milhões de pessoas estarão vacinadas até o fim de abril e os cinco milhões restantes até ao final de setembro.

O outro cenário baseia-se em que se consegue vacinar cerca de quatro milhões de pessoas até final de abril, o que implica inocular 4.000 pessoas por dia.

“A vacinação é assumida como aleatória, ou seja, nós não vamos saber se a pessoa já teve ou não teve infeção”, disse, adiantando que no dia do início da vacinação se assumiu que um milhão de portugueses já teria estado infetados e estavam imunes.

“Isto é uma estimativa muito conservadora, provavelmente, será mais próximo do milhão e meio”, comentou.

Aludindo ao primeiro cenário, em que há uma eficácia vacinal de 90% e a vacinação está a decorrer à velocidade prevista, “salvamos 3.500 vidas até ao fim de setembro” comparando com o cenário de não haver vacinação.

Se a eficácia vacinal fosse apenas de 70% os valores são “muito próximos” e pouco modificaria os ganhos em saúde que se iria obter.

“Tínhamos diferenças muito relevantes optando por um cenário de vacinação muito mais rápida até ao final de abril, onde conseguiríamos chegar nessa altura muito abaixo dos 200 internados nos cuidados intensivos” e num “patamar ideal de 50 casos por 100 mil habitantes, adiantou o também presidente do Conselho Nacional de Saúde.