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Apr 3, 2021 - 4 minute read

Vacinação ‘animou’ Vila Baleira

A pacatez dos últimos dias, no Porto Santo, foi ontem interrompida pela quinta missão de vacinação. Os docentes e os não docentes levaram a primeira dose da AstraZeneca. Às 8h30, meia hora antes do previsto, já havia pessoas ansiosas à espera para serem vacinadas contra a covid-19, na entrada principal do Centro de Congressos do Porto Santo. Eram sobretudo maiores de 80. À falta de cadeiras (no exterior) sentaram-se no muro à espera da ordem de entrada. De repente, depois de muitas manhãs de fraco movimento, o dia da vacinação animou o centro da cidade. Ao contrário dos utentes, as vacinas (transportadas, como sempre, no avião militar), ‘aterraram’ na ilha um pouco mais tarde do que o previsto, o que originou algum aglomerado de pessoas à porta e o descontentamento de familiares. Assim que as malas térmicas deram entrada no centro, o processo iniciou-se rapidamente e a ansiedade desvaneceu-se. No interior, conforme tivemos oportunidade de verificar, havia lugares para todos. Os espaços estavam devidamente sinalizados, nomeadamente os postos de atendimento, as boxes de vacinação, a sala de emergência e a sala de observação de 30 minutos pós-vacinação, que era também a saída. Isto para além da sala de preparação das vacinas e de uma cafetaria para apoio aos profissionais envolvidos. O presidente da Câmara Municipal, Idalino Vasconcelos, por razões de saúde, foi um dos vacinados. Recebeu a segunda dose e, a pedido dos jornalistas, autorizou ser fotografado e filmado. No final, disse ao JM que se sentia bem e satisfeito com ele próprio por ser alguém que se preocupa com a saúde todos os dias, nomeadamente com a caminhada diária na praia. “Temos de confiar nos cientistas” A entrada de baixo estava destinada aos docentes e não docentes, que tomaram a primeira dose da AstraZeneca. Estes, foram fazendo tempo nos cafés circundantes e só depois da chegada das vacinas formaram fila. Enquanto esperavam foram preenchendo os respetivos questionários. Houve quem manifestasse ao JM algum receio, pela ‘marca’ da vacina, depois dos relatos de efeitos secundários graves noutros países. “Receio apenas, nada mais do que isso”, disse-nos uma das professoras. No final, já sentados numa esplanada depois da meia hora de espera recomendada, fizeram questão de nos dizer que se sentiam todos bem e que estão prontos para a próxima dose.“Eu cá não estou com medo. Temos de confiar nos cientistas que trabalham dia e noite por nós. Tenho de ter confiança e dar um louvor por serem tão rápidos. Quanto à pandemia, tenho vivido com algum receio, mas sempre a me proteger, por mim e pelos outros”, disse à nossa reportagem Maria Ângela Oliveira, ajudante de ação sócio-educativa, pouco antes de entrar no centro de vacinação. “É preciso reabrir as escolas” Marta Monteiro, professora do 3.º ciclo e Secundário, também disse ao JM que não teve dúvidas em aderir. “É preciso confiar na ciência para reabrirmos as escolas rapidamente”, defendeu. Falando-nos da sua experiência, reconheceu que o ensino à distância não é um método ao alcance de todas as crianças e jovens e causa transtornos às famílias. “Tem sido muito difícil, precisamos de regressar à normalidade”, afirmou. Ao mesmo tempo que as vacinas, chegaram também ao Centro de Congressos o secretário regional da Saúde e da Proteção Civil, Pedro Ramos, acompanhado do diretor regional da Saúde, Herberto Jesus, e a autoridade local de saúde, Rogério Correia. Tratou-se de quinta missão no Porto Santo, em que foram vacinadas 425 pessoas, entre as quais 189 docentes e não docentes. De acordo com os números indicados pelo próprio governante, 338 foram primeiras doses e 87 foram segundas doses. No total, receberam vacinas, até ontem, 1.160 porto-santenses (764 com a primeira dose, que correspondem a 15% da população, e 336 com a segunda dose, que correspondem a 7,9 por cento). Reforçando o que tem dito o médico Rogério Correia, de que até final de abril, 25% da população estará vacinada, o governante salientou que graças há vinda de mais vacinas, será possível que metade da população seja vacinada até ao verão. Mais vacinas e uma nova Conforme disse aos jornalistas, expectativa é de que até junho a Região receba “muitas mais vacinas” em relação àquelas que chegaram no primeiro trimestre deste ano. “Só no mês de abril, vamos ter mais vacinas do que recebemos no primeiro trimestre”, garantiu o secretário, adiantando que durante este mês chegam à Madeira 59 mil vacinas. Pedro Ramos revelou ainda que a Região está à espera de saber que percentagem irá receber de vacinas da Johnson & Johnson, estando a chegada do primeiro lote prevista para “o final do segundo trimestre deste ano”. Quanto ao desconfinamento, e sem fazer distinção entre ilhas, disse ao JM que “outras medidas serão aconselhadas no sentido de proteger a saúde pública e dinamizar a nossa economia”, mas agora só depois de passar o novo período de incubação da doença a contar a partir da época pascal. fotos iolanda chaves