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Feb 10, 2021 - 3 minute read

Uniformidade do canal é essencial para a segurança

Estão envoltas numa onda de críticas as obras que vão sendo realizadas na Ribeira de São João, acima das infraestruturas do Marítimo, em Santo António, com reclamações, mormente nas redes sociais, no sentido de que o resultado final da intervenção. Em termos práticos, resultará, também, também no estreitamento de alguns pontos do leito da ribeira, considerando, essas mesmas críticas, que terá consequências de maior em caso de um enorme aumento do caudal, tal como sucede em casos de intensa pluviosidade, do qual é referência o fatídico dia de 20 de fevereiro de 2010. Ora, a Secretaria de Equipamentos e Infraestruturas, suportada por estudos técnicos, tem uma visão perfeitamente antagónica e não tem dúvidas de que o procedimento em curso irá contribuir para uma melhor defesa de pessoas e bens.Ao JM, através da Direção Regional do Equipamento Social e Conservação, assegura, desde logo, que “os trabalhos estão a ser executados tendo por base um projeto de execução, elaborado por empresa com reconhecida experiência em trabalhos desta natureza e tem subjacente um estudo hidráulico para aferir o comportamento das soluções a implementar”.Tecnicamente, esclarece que “as soluções implementadas na empreitada em curso, não podem ser dissociadas de outras intervenções já realizadas na Ribeira, nomeadamente a construção de quatro açudes a montante, para redução do volume de material sólido a transportar nos troços canalizados”.Assim, “a secção hidráulica da ribeira, em alguns troços agora canalizados, é justificada pelo estudo hidráulico efetuado, o qual considerou uma cheia com o período de retorno de 100 anos, de forma a garantir a regularidade do escoamento fluvial, sem reduções da velocidade de escoamento, as quais proporcionam a deposição do caudal sólido e assoreamento pontual do canal”.No preâmbulo das explicações técnicas, solicitadas por este jornal, a Direção Regional do Equipamento Social e Conservação, por via do gabinete de assessoria de imprensa da Secretaria Regional, escreve que “na Ribeira de São João estão a ser executados trabalhos de canalização, regularização e reabilitação de um troço do canal hidráulico com cerca de 1.500 metros de extensão”.E destaca que “a obra compreende a execução de um conjunto de muros de canalização, reparação ou demolição de muros existentes, regularização do leito do canal, através da construção de travessões e outros trabalhos associados”, pelo que, “onde necessário, o leito do atual canal será rebaixado”.No foco das críticas está também uma intervenção, a jusante, sob a ponte mesmo junto à entrada do complexo dos ‘verde-rubros’, onde vai sendo construída uma muralha, entre os dois arcos existentes, no alinhamento da que vem de cima e terá continuidade para baixo, com apontamentos de algum ‘desprezo’ pelo património edificado.Neste ponto, é explicado que tem a ver com a necessária uniformidade do canal hidráulico, mas que o património está salvaguardado.Ou seja, “na situação em concreto da ponte, verificando-se que o vão obra de arte é superior à de outros troços já canalizados, havendo necessidade de o reduzir, de forma a garantir a manutenção da velocidade do escoamento hidráulico e sólido em caso de cheia, evitando, assim, assoreamentos de material sólido no leito da ribeira”, conforme se pode ler na justificação técnica dada ao JM.Nas críticas expressas, ao JM e via redes sociais, há quem considere ser este um “atentado ao nosso património. Há uns anos os engenheiros tiveram o cuidado de recuar a muralha para não danificar a ponte. Agora, não respeitam e parte do arco irá ficar soterrado. É uma vergonha”. Nas denúncias , pode-se ler que “estão a enterrar uns largos milhões para a tornarem Ribeira Pequena ou Estreita. A memória é curta e já ninguém se lembra do 20 de fevereiro”… “É uma vergonha o que ali estão fazendo, já vi muitas vezes aquela ribeira a galgar a margem”, “aqui se faz, aqui se paga” e