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Mar 9, 2021 - 2 minute read

Tribunal suspende por cinco dias julgamento de mulheres acusadas de matar homem no Algarve

O julgamento das duas mulheres acusadas pela morte de um homem em 2020 no Algarve foi hoje suspenso por cinco dias pelo Tribunal de Portimão, para que a advogada de defesa possa consultar um relatório social do processo. A decisão foi tomada pelo coletivo de juízes no início da sessão da tarde, ao deferir um requerimento apresentado por Tânia Reis, defensora da arguida Maria Malveiro, que pediu “pelo menos cinco dias para consultar o documento”.

O julgamento prossegue no dia 15 de março, pelas 09:15.

As arguidas estão acusadas pelo Ministério Público (MP) dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver, dois crimes de acessos ilegítimo, um de burla informática, roubo simples e uso de veículo.

De acordo com o MP, as mulheres terão matado Diogo Gonçalves, de 21 anos, com o objetivo de lhe extorquirem dinheiro, já que este tinha recebido 70 mil euros de indemnização pela morte da mãe, atropelada na zona de Albufeira, em 2016.

Durante a manhã, a arguida Maria Malveiro, ex-companheira de Mariana Fonseca e colega de trabalho da vítima, falou pela primeira vez ao tribunal para, segundo disse, “contar a verdade dos factos”.

Maria Malveiro negou que tivesse sido ela a matar e a desmembrar o corpo de Diogo Gonçalves, acusando a ex-companheira, enfermeira, de ter “asfixiado e, posteriormente, desmembrado o corpo do jovem” movida por ciúmes.

Este depoimento contradiz o que foi prestado ao juiz de instrução criminal aquando da sua detenção, ao assumir a autoria do crime sem o envolvimento da sua então companheira, motivada pelo desejo de “vingança por uma alegada tentativa de violação do rapaz”.

O advogado João Grade, defensor de Mariana Fonseca, disse aos jornalistas no final da audiência, que a sua cliente “não reagiu muito bem” ao depoimento da arguida, considerando que “já era expectável” que Maria Malveiro incriminasse a ex-companheira.

Apesar de Maria Malveiro atribuir a responsabilidade pelo crime à sua cliente, João Grade disse estar “confiante quanto ao desfecho” do julgamento.