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Mar 8, 2021 - 2 minute read

Travão às jaulas ‘empurra’ Jerónimo Martins para Marrocos

Grupo que explora jaulas na Calheta em parceria com Carlos Batista vai expandir rede de produção
no norte de África. Empresário admite que os condicionalismos regionais estão a afastar investimentos. AQUACULTURA No ano passado, o grupo produziu em parceria com a empresa de Carlos Batista cerca de mil toneladas de dourada na Madeira, sendo que parte deste montante absorveu produção da IlhaPeixe. Questionado sobre esta aposta em Marrocos, o empresário madeirense admite que os condicionalismos e a polémica à volta da instalação de mais jaulas na Madeira está a motivar a procura por outros mercados. “Obviamente que estes condicionalismos estão a levar o grupo para outros mercados. Se assim não fosse, claramente que prefeririam aumentar a produção na Região”, admite Carlos Batista, adiantando que a operação deve se consolidar já em abril. A JMA conta com explorações de aquacultura em Sines, onde produz cerca de 300 toneladas de robalo, na ilha da Madeira e em Alicante (em Espanha), responsável por 390 toneladas de dourada e robalo. Segundo notícias recentes, a JMA adquiriu ações representativas de 66,68% do capital social da sociedade de direito marroquino ‘Mediterranean Aquafarm’, formalizando uma parceria em Marrocos que permitirá ao grupo continuar a desenvolver a sua rede de aquacultura para produção. Esta é, na opinião de Carlos Batista, uma operação extremamente prejudicial ao mercado regional. Numa altura em que se debate alternativas para esmorecer a forte dependência da economia regional em relação ao Turismo, alguns setores têm apontado para o potencial da aquacultura. No ano passado, as cerca de mil toneladas produzidas na Região, através da empresa Marismar, corresponderam a um total de 5 milhões de euros. Se comparado, por exemplo, com os 14,6 milhões de euros de receitas de primeira venda de ‘Vinho Madeira’ no mesmo período, tendo e linha de conta o valor investido na promoção deste produto e a dimensão da área produtiva, o potencial económico da aquacultura salta à vista. “Estes 5 milhões são o resultado da produção de 12 jaulas, que está muito abaixo do que preconizamos”, observa Carlos Batista. A qualidade das águas regionais é à partida um forte atrativo para o investimento em aquacultura, mas neste capítulo também Marrocos oferece condições costeiras excecionais para a produção em jaulas colocadas em alto mar, o que levou a Jerónimo Martins a considerar o investimento naquele país como “mais um passo na estratégia agroalimentar” que tem apostado no desenvolvimento de atividades de investigação relacionadas com aquacultura, nomeadamente em parceria com a Universidade de Évora.