Grupo que explora jaulas na Calheta em parceria com Carlos Batista vai expandir rede de produção no norte de África. Empresário admite que os condicionalismos regionais estão a afastar investimentos. AQUACULTURA No ano passado, o grupo produziu em parceria com a empresa de Carlos Batista cerca de mil toneladas de dourada na Madeira, sendo que parte deste montante absorveu produção da IlhaPeixe. Questionado sobre esta aposta em Marrocos, o empresário madeirense admite que os condicionalismos e a polémica à volta da instalação de mais jaulas na Madeira está a motivar a procura por outros mercados. “Obviamente que estes condicionalismos estão a levar o grupo para outros mercados. Se assim não fosse, claramente que prefeririam aumentar a produção na Região”, admite Carlos Batista, adiantando que a operação deve se consolidar já em abril. A JMA conta com explorações de aquacultura em Sines, onde produz cerca de 300 toneladas de robalo, na ilha da Madeira e em Alicante (em Espanha), responsável por 390 toneladas de dourada e robalo. Segundo notícias recentes, a JMA adquiriu ações representativas de 66,68% do capital social da sociedade de direito marroquino ‘Mediterranean Aquafarm’, formalizando uma parceria em Marrocos que permitirá ao grupo continuar a desenvolver a sua rede de aquacultura para produção. Esta é, na opinião de Carlos Batista, uma operação extremamente prejudicial ao mercado regional. Numa altura em que se debate alternativas para esmorecer a forte dependência da economia regional em relação ao Turismo, alguns setores têm apontado para o potencial da aquacultura. No ano passado, as cerca de mil toneladas produzidas na Região, através da empresa Marismar, corresponderam a um total de 5 milhões de euros. Se comparado, por exemplo, com os 14,6 milhões de euros de receitas de primeira venda de ‘Vinho Madeira’ no mesmo período, tendo e linha de conta o valor investido na promoção deste produto e a dimensão da área produtiva, o potencial económico da aquacultura salta à vista. “Estes 5 milhões são o resultado da produção de 12 jaulas, que está muito abaixo do que preconizamos”, observa Carlos Batista. A qualidade das águas regionais é à partida um forte atrativo para o investimento em aquacultura, mas neste capítulo também Marrocos oferece condições costeiras excecionais para a produção em jaulas colocadas em alto mar, o que levou a Jerónimo Martins a considerar o investimento naquele país como “mais um passo na estratégia agroalimentar” que tem apostado no desenvolvimento de atividades de investigação relacionadas com aquacultura, nomeadamente em parceria com a Universidade de Évora.