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Feb 22, 2021 - 3 minute read

Transações de imóveis em janeiro refletem incerteza trazida pela pandemia

Num inquérito realizado junto dos profissionais imobiliários a operar em Portugal, a APEMIP (Associação Profissional Representativa dos Mediadores e Angariadores imobiliários de Portugal) aferiu que janeiro registou quebras nas transações de imóveis face ao mês anterior, com 82,4% dos inquiridos a assinalar esta mesma realidade. “Em comparação com o período homólogo (janeiro de 2020), 82,4% apontam para uma quebra no negócio, 13% referem a sua manutenção e 4,6% o seu aumento”, pode ler-se na nota enviada à redação.

Já “comparando a venda de imóveis no mês de janeiro com o mês anterior, 77,4% dos inquiridos confirmam uma quebra nas transações, contra 18% que indicam que o negócio se manteve, e 4,6% que declaram que terá aumentado”.

No que concerne à procura, neste Barómetro APEMIP, 71% dos profissionais assinalaram o seu decréscimo face ao mês anterior, que sobe para 84,8% quando a comparação é efetuada com igual período do ano anterior.

No entender de Luís Lima, Presidente da APEMIP, estes números são desanimadores e retratam as consequências do confinamento que entrou em vigor a 15 de janeiro, impedindo as empresas de mediação imobiliária de desenvolver a sua atividade normalmente, por não poderem realizar visitas presenciais.

“Se no ano passado as empresas demonstravam algum otimismo apesar das circunstâncias, em 2021 a fadiga e as dificuldades que enfrentam é espelhada nos resultados deste Barómetro: por um lado, a quebra da procura começa a ser notória, por outro, as empresas continuam impedidas de fazer visitas e de desenvolver a sua atividade, o que se reflete no seu grau de otimismo para o desempenho do presente ano”, disse o Presidente da APEMIP, que confirma a ineficácia das visitas virtuais para a concretização de negócios. “61% dos profissionais declararam nunca ter efetuado qualquer negócio através de visitas virtuais, e 15,3% afirmaram não ter à sua disposição meios para o fazer, o que comprova que este recurso serve só nichos muito específicos do mercado”.

Já em termos de preços, 62,5% dos inquiridos apontaram para a sua manutenção, 31,4% para a sua quebra e 6,1% registaram um aumento, face ao mês anterior. Já em comparação com o período homólogo, 44,9% afirmam que os preços se mantiveram, 37,5% que diminuíram e 17,6% que terão aumentado.

Para o Presidente da APEMIP é “natural que os preços comecem a refletir os efeitos da quebra da procura e que se verifiquem algumas correções dos valores praticados”, considerando que este fenómeno será particularmente notório no segmento habitacional mais alto/luxo, que se ressente pela quebra da procura estrangeira (62,6% dos inquiridos confirmam uma quebra deste negócio), uma vez que o mercado interno não tem tanta capacidade para absorver este tipo de ativos.