Mais de sete anos depois da tragédia na praia do Meco, em que morreram seis jovens durante atividades de praxe, surgem agora um novo relato sobre o episódio. Uma das testemunhas neste caso afirmou em tribunal ter visto João Gouveia, “dux” e único sobrevivente da noite fatídica de 13 de dezembro de 2013, a comandar grupo em ações de praxe com pedras amarradas aos pés, noticiou hoje o Correio da Manhã.
“Vi-os com pedras amarradas aos pés. O senhor de barbas [João Gouveia] vinha à frente, com a colher de pau na mão e os outros vinham a rastejar a trás. Pareceram-me pedras da calçada, acinzentadas, grandes”, afirmou a mulher responsável pela limpeza da casa onde o grupo de estudantes ficou alojado. A testemunha relatou o episódio nesta terça-feira em tribunal.
Recorde-se que em 2013, sete estudantes da Universidade Lusófona faleceram nesta praia onde estavam a realizara atividades no âmbito da sua praxe académica. Os jovens terão sido arrastados pelas ondas, o que acabou por ser fatal para seis deles, tendo os seus corpos sido encontrados nos dias seguintes.
O inquérito às circunstâncias destas mortes foi arquivado em julho de 2014 e reaberto em outubro do mesmo ano, quando o ‘dux’ João Gouveia foi constituído arguido.
Em março de 2015, o Tribunal de Instrução Criminal de Setúbal decidiu não enviar o processo-crime para julgamento e o Tribunal da Relação de Évora, após recurso da defesa, manteve a decisão, sublinhando que as vítimas eram adultas e não haviam sido privadas da sua liberdade durante a praxe, pelo que não havia responsabilidade criminal sobre João Gouveia.