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May 5, 2021 - 2 minute read

Testemunha da tragédia do Meco relata episódio: “Vi-os com pedras amarradas aos pés”

Mais de sete anos depois da tragédia na praia do Meco, em que morreram seis jovens durante atividades de praxe, surgem agora um novo relato sobre o episódio. Uma das testemunhas neste caso afirmou em tribunal ter visto João Gouveia, “dux” e único sobrevivente da noite fatídica de 13 de dezembro de 2013, a comandar grupo em ações de praxe com pedras amarradas aos pés, noticiou hoje o Correio da Manhã.

“Vi-os com pedras amarradas aos pés. O senhor de barbas [João Gouveia] vinha à frente, com a colher de pau na mão e os outros vinham a rastejar a trás. Pareceram-me pedras da calçada, acinzentadas, grandes”, afirmou a mulher responsável pela limpeza da casa onde o grupo de estudantes ficou alojado. A testemunha relatou o episódio nesta terça-feira em tribunal.

Recorde-se que em 2013, sete estudantes da Universidade Lusófona faleceram nesta praia onde estavam a realizara atividades no âmbito da sua praxe académica. Os jovens terão sido arrastados pelas ondas, o que acabou por ser fatal para seis deles, tendo os seus corpos sido encontrados nos dias seguintes.

O inquérito às circunstâncias destas mortes foi arquivado em julho de 2014 e reaberto em outubro do mesmo ano, quando o ‘dux’ João Gouveia foi constituído arguido.

Em março de 2015, o Tribunal de Instrução Criminal de Setúbal decidiu não enviar o processo-crime para julgamento e o Tribunal da Relação de Évora, após recurso da defesa, manteve a decisão, sublinhando que as vítimas eram adultas e não haviam sido privadas da sua liberdade durante a praxe, pelo que não havia responsabilidade criminal sobre João Gouveia.