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Apr 23, 2021 - 2 minute read

“Situação complicada” para alguns madeirenses em Paris

Pedro de Andrade, madeirense e pequeno empresário em Paris, explicou ao JM que o encerramento do comércio, bares e restaurantes que dura há 4 meses deverá colocar alguns madeirenses em situações mais delicadas. Pedro de Andrade, empresário madeirense em Paris, é um dos exemplos da emigração proveniente da Pérola do Atlântico. Nascido no Jardim do Mar há 58 anos, acabou por mudar-se para o Funchal aos quatro anos de idade. Aos oito, a ‘aventura’ foi ainda maior. “Do Funchal emigrámos em 1972 para a França, eu tinha oito anos. Cheguei cá [Paris] e andei na escola durante vários anos. O primeiro ano foi um bocado complicado para aprender francês e adaptar-me ao país”, confessa. O madeirense continuou na escola até aos seus 16 anos. Apesar da tenra idade, o futuro profissional estava bem definido na cabeça de Pedro de Andrade. “Entretanto, entre os 14 e os 16 anos, já andava a ir 15 dias à escola e 15 dias a ser eletricista (o grande sonho). Com aquela idade já sabia o que queria fazer”, garantiu. Hoje, é eletricista, trata da rede informática e eletricidade, sobretudo nos arredores de Paris, em Ormesson-sur-Marne. “Desde o princípio do ano passado, no mês março, quando tudo começou, tenho uma pequena empresa onde somos entre 12 e 15 pessoas, dependendo dos meses, e quando a covid apareceu nós estivemos fechados durantes dois meses”. Manter os trabalhadores Para o empresário, esta pandemia está a ser “bocado complicada”. “Ainda bem que aqui a França ajudou. Tivemos uma ajuda do Estado para permitir continuar a trabalhar. Depois que começámos no mês de maio estivemos sem parar até agora. Muitas atividades pararam, mas nós não”, regozijou-se. Pedro de Andrade manteve os trabalhadores graças ao sistema de lay-off, no qual, mesmo sem trabalhar, recebem cerca de 80% do ordenado pago pelo Estado. Covid-19 em Paris “A situação está um bocado complicada porque aqui em Paris não podemos circular entre regiões, por isso é que eu tive de cancelar a minha viagem até à Madeira no dia 13 de abril. Ia duas semanas até à ilha”, lamentou o madeirense. Ao JM, o empresário explicou que não tem conhecimento de nenhum caso que envolva madeirenses a passarem dificuldades em consequência das restrições da pandemia. Ainda assim, considera que “deve haver alguns”, isto porque “está muito complicado”. “Comércio, bares, cafés, restaurantes estão fechados há 4 meses. Deve haver muitos casos complicados, mas nesta altura não vemos ninguém, não falamos com muita gente, por isso não sei, nem tenho conhecimento de ninguém que esteja numa situação complicada”, terminou.