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Apr 28, 2021 - 3 minute read

Sessão extra traz ‘Os qu'emigraRAM’ de volta ao Teatro Baltazar Dias

Depois de já ter subido ao palco três vezes na semana passada para um total de apenas 15 pessoas, “Os qu’emigraRAM” regressam hoje ao Teatro Baltazar Dias para uma sessão extra, às 16 horas, mas desta vez com uma lotação até 50% desta casa de espetáculos, graças ao aliviamento das medidas de contenção da pandemia na Região, anunciado na passada segunda-feira. Ao JM, o encenador Ricardo Brito revelou que esta nova data foi um motivo de grande alegria para todo o elenco, já que é mais uma oportunidade para “devolver à comunidade o que a comunidade ofereceu” a este espetáculo, que vive de testemunhos de quem viu outros partirem para além-mar, recolhidos de de porta em porta. No entanto, ainda que as três sessões anteriormente realizadas neste teatro tenham sido assistidas cada uma apenas por cinco pessoas, o produtor garante que toda a equipa se empenhou muito e deixou tudo em palco. “Agora, com esta possibilidade, independentemente de ser num horário pouco habitual para um espetáculo, porque o recolher obrigatório a isso nos obriga, temos uma grande expetativa, porque acredito que possamos ter uma sala mais composta”, disse Ricardo Brito, realçando que o feedback e o interesse demonstrado pelas pessoas têm sido muito positivos. Já em relação ao anúncio feito pelo executivo madeirense, que abriu portas para o desconfinamento da cultura, o responsável admitiu ter sentido uma grande satisfação, mas não deixou de reiterar que esta decisão já veio tarde. “Vi com bons olhos [o aliviamento das restrições], mas no meio disto tudo, muita gente foi prejudicada, no sentido em que não pôde fazer o seu trabalho com o retorno que a vida necessita”, apontou. “Esperemos agora que o recolhimento obrigatório sendo harmonizado já a partir do dia 2 [de maio] permita que as pessoas regressem às salas com segurança, porque é isso que elas providenciam, respeitando sempre todas as regras, para que possamos manter aquilo que conquistamos e que não sejam necessários passos atrás”, acrescentou. Quanto a voos futuros, Ricardo Brito garantiu que “Os qu’emigraRAM” não ficará por aqui, estando já em cursos negociações para que possa chegar a outras salas da ilha, nomeadamente ao MUDAS – Museu de Arte Contemporânea da Madeira, na Calheta, e ao Centro Cultural John dos Passos, na Ponta do Sol. “O projeto nasceu nos concelhos da Calheta e da Ponta do Sol, tendo como objetivo falar da Madeira. Faz sentido que lá seja apresentado, como fará sentido que depois possa percorrer outras salas e também ir para fora da Região, dado a conhecer aquela que é a realidade madeirense de um ponto de vista universal”, explicou, acrescentando que, no horizonte, está ainda o sonho de partilhar este espetáculo com as comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo fora. A emigração em palco “Os qu’emigraRAM” é um projeto de investigação e criação teatral da autoria de Ricardo Brito, personificado pelos atores João Paiva, José Gregório Rojas e Sara Cíntia, que aborda a temática da emigração, da perspetiva dos que cá ficaram. A composição musical é de Márcio Faria, a cenografia de Fátima Spínola e os figurinos de Cristiana Nunes. A produção deste espetáculo é o resultado de vários meses de trabalho, que tocam na vida daqueles que emigraram e que “levaram consigo todas as ilusões”, deixando “vidas suspensas” e “quartos vazios de memórias cheias”. O projeto em coprodução com o Teatro Municipal Baltazar Dias conta ainda com a parceria institucional da República Portuguesa, através do Ministério da Cultura, e tem como ‘media partners’ o JM e a rádio 88.8 JM FM.