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Mar 8, 2021 - 4 minute read

Santana é ‘pedra no sapato’ da coligação

Relutância de Dinarte Fernandes em agregar sociais democratas na lista incomoda ambas as partes, com o CDS à espera de uma resposta definitiva do seu potencial candidato. Em Santana, por esta altura, a ‘bola’ está do lado de Dinarte Fernandes, o atual presidente da autarquia, herdada de Teófilo Cunha após a estrondosa vitória (60,46%) em 2017, na qual o candidato do PSD (João Gabriel Caldeira) se ficou pelos 22,44%.

A lógica usada pelo PSD de ir a votos sozinho onde é poder, é evocada em Santana pelos centristas, que dominam a autarquia. Ainda assim, Dinarte Fernandes aceita de bom grado o apoio ‘laranja’, mas mostra resistência em conceder um lugar elegível ao PSD, pelo que as negociações ainda decorrem.

Rui Barreto tenta não colocar em causa o bom ambiente que reina na coligação, parlamentar e governamental, aceitando extrapolar a aliança para um concelho dominado pelo seu CDS. A reivindicação única é que seja centrista o cabeça de lista.

No último encontro (almoço) com o CDS local, Dinarte Fernandes, o potencial candidato, voltou a se mostrar irredutível em colocar um social democrata como n.º 2 da lista, depois de já o ter feito antes, na presença de José Manuel Rodrigues, que foi também já chamado para apaziguar a contenda. Esta posição de força complica o acordo. O dito almoço terminou de forma inconclusiva, com a Rua da Mouraria aguardar mais algum tempo pela decisão final do autarca. Caso persista nessa ideia, poderá obrigar Rui Barreto a engendrar um plano B, com outro n.º 1.

Ricardo Teixeira, presidente da Junta de Freguesia de Santana será uma alternativa que, contudo, volta a dividir centristas e sociais democratas.

O PSD, que aceita ser n.º 2 da lista e ainda liderar a Assembleia Municipal, com Rui Abreu na vanguarda, está ainda na expetativa e também tem uma base local descontente com este enredo, enquanto o PS, ainda sem candidato definido, mesmo fragilizado pelos 3,61% de 2017, ganha algum alento.

 

Alguma resistência na Ponta do Sol

Os 39,64% de Célia Pessegueiro em 2017 animam a coligação, que nessas eleições valeu 53,32% (39,04% + 14,28%), fazendo sentido esta abordagem a dois. Contudo, alguns grãos de areia emperram ainda a engrenagem, mesmo com o PSD disposto a dar a Sara Madalena o estatuto de n.º 2 da lista liderada por Gualberto Fernandes. O rumo ascendente que os centristas empreenderam nos últimos tempos no concelho resultam em alguma resistência local em aceitar esta coligação, num avisão ‘orgulhosamente só’. Todavia, há indícios de que o bom senso irá imperar e que a recandidata socialista tenha que enfrentar a aliança.

 

FUNCHAL

Com Miguel Silva recandidato, com base nos 42,05% de Cafôfo em 2017, altura em que PSD e CDS valeram juntos 40,64% (32,05% + 8,59%). O PSD escolhe o n.º1, que tudo indica será Pedro Calado, e o CDS deverá ter um lugar elegível na vereação.

 

PORTO MONIZ

O peso de Emanuel Câmara em 2017 (65,36%) aconselha a uma união de esforços de PSD e CDS. Então, o PSD ficou-se pelos 21,43% e o CDS apoiou Gabriel Farinha (13,57%). Mesmo com eventual transferência de votos, juntos valeram apenas 34,00%. Dinarte Nunes poderá ser o n.º1 da coligação.

 

MACHICO

Outro concelho do PS que a coligação quer ganhar. Ricardo Franco é recandidato e conquistou a autarquia em 2017 com 58,61%. Juntos, PSD (27,74%) e CDS (2,00%) quedaram-se pelos 29,74%, perspetivando uma corrida para complicada para a coligação, que deverá avançar com Norberto Maciel.

 

SANTA CRUZ

Dominado pelo JPP, os 60,01% de 2017 a deixam Filipe Sousa confortável. Nessa ocasião, PSD (17,05%) e CDS (4,89%) obtiveram 23,94%, configurando tarefa difícil para Brício Araújo, provável candidato, que terá ainda que contar com o PS.

 

CÂMARA DE LOBOS

A maioria de Pedro Coelho em 2017 (62,52%) dispensa coligação, até porque o PS não foi além de 11,50%, acima do CDS (10,71%). Amílcar Figueira será o candidato dos centristas, que aguardam pelo nome que irá suceder a Amândio Silva, no PS.

 

CALHETA

Outro concelho laranja, com Carlos Teles (65,45%) em 2017. Vão a votos a ‘solo’, com o CDS (16,04%) a ter em Gabriel Neto um potencial candidato e Sofia Canha (13,16%) a voltar a representar o PS.

 

RIBEIRA BRAVA

Ricardo Nascimento (RB1), com 51,79% em 2017, terá apoio de PSD (32,42%) e outra vez do CDS. Jorge Santos (PSD). Resta se Rafael Sousa (CDS) continua na equipa. Em 2017 o PS valeu 4,52%.

 

SÃO VICENTE

Ambos vão apoiar José António Garcês (UPSV), como em 2017 (79,20%), aguardando pelo candidato do PS, que valeu 13,27% nessa altura.

 

PORTO SANTO

A ‘ilha dourada’ é uma exceção no acordo bi-partidário, pois apesar do PSD ser poder, ali ganha-se e perde-se por muito pouco. Em 2017, PSD e CDS juntos valeram 41,73% (37,94% + 3,79%) contra os 36,99% de Filipe Menezes. Com Idalino Vasconcelos de saída, Joselina Melim deverá ser a opção.