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Apr 30, 2021 - 4 minute read

Saber sofrer indicou o caminho da vitória

Vitória sofrida, conquistada com muito pragmatismo, mas de uma importância gigantesca. O Marítimo bateu ontem o pé ao Sporting de Braga, por 1-0, resultado que permitiu aos madeirenses somarem a terceira vitória consecutiva e dar um passo firme rumo à manutenção.  

Não foi fácil, uma vez que a formação minhota, que ainda alimenta a esperança de alcançar o terceiro lugar, obrigou os verde-rubros a um grande esforço físico e abraçaram uma concentração ao mais alto nível.

 

Para chegar ao triunfo também preciso marcar primeiro, e Joel encarregou-se disso, praticamente na segunda grande ocasião criada pela equipa. Mas vamos ao filme do jogo.

O duelo arrancou sob um ritmo intenso, com os madeirenses empenhados em impor respeito aos minhotos. Sem medo de pressionar alto, a equipa de Julio Velázquez conseguiu manter o Braga longe da sua baliza até aos primeiros 20 minutos de jogo.

 

A formação de Carlos Carvalhal começou a pressionar com mais intensidade, e a pensar melhor o jogo, apostando também na posse do esférico para, pacientemente, escolher os melhores momentos para furar o bloco defensivo da casa.

 

O domínio minhoto manteve-se intenso até depois da meia hora, mas foi esbarrando na solidariedade e coesão defensiva dos verde-rubros, os quais, também com muita paciência, aguardavam pela altura certa para aplicar o contra-ataque.

 

Atento aos estragos que as transições rápidas podiam causar, o Braga continuou a procurar o golo com intensidade, mas faltou muito critério uma vez chegado ao último reduto madeirense, onde também se fechavam muito bem os espaços.

 

As únicas exceções em termos de brechas foram registadas aos 34 e 41 minutos, mas Amir disse presente. Primeiro assinando uma bela defesa para parar um tiro de Lucas Piazón, que ficou com espaço à entrada da grande área; e depois para encaixar bem um remate de Galeno, já na área de rigor, mas já sem grande ângulo.

 

A paciência maritimista serviu para ganhar confiança para os últimos minutos, e, com as linhas mais subidas, coube aos da casa criar mesmo a melhor oportunidade de golo do encontro. Contra a corrente do jogo, o capitão Edgar Costa, na sequência de um cruzamento de Fábio China, recebeu a bola em plena grande área e atirou de primeira, mas a bola foi embater na barra, saindo depois para a bancada.

 

O lance, registado mesmo em cima do intervalo, deve ter espevitado o Braga durante o descanso. Os visitantes regressaram das cabines dispostos a ganhar vantagem logo nos primeiros minutos do reatamento e os verde-rubros voltaram a passar por momentos complicados.

 

Mas a entreajuda entre o bloco defensivo da casa, sempre muito concentrado, foi dando conta do recado, muitas vezes com uma tranquilidade impressionante, para desespero do ataque minhoto e do seu treinador Carlos Carvalhal.

 

Ao contrário do primeiro tempo, as transições rápidas do Marítimo encontraram mais espaços, e, entre o sufoco, Alipour, aos 55, conseguiu ser servido com espaço para chegar bem perto da área de Matheus, mas o guardião encaixou sem grandes problemas.

 

O Braga carregava com tudo, embora nem sempre bem, mas foi o Marítimo a chegar ao golo, aos 76 minutos. Pelágio meteu em Joel Tagueu, e o camaronês, já na área, sentou Esgaio para depois atirar forte e cruzado para o fundo da baliza dos minhotos.

 

Em desvantagem, os bracarenses renovaram a pressão, e Amir, aos 86, foi obrigado a aplicar-se para negar o empate, na sequência de remate forte de Ricardo Horta. Mas a vida foi ficando mais fácil para a defesa madeirense, uma vez que o ataque do Braga começou a abusar dos cruzamentos, e estes, quando não acabaram nas mãos de Amir, eram intercetados pelos centrais madeirenses, com Zainadine em destaque neste particular.

 

Foram dados seis minutos de descontos. Mas a impressão que o jogo transmitia era que a vitória não ia fugir ao Marítimo, muito por força da confiança do coletivo, que soube sofrer o quanto baste para encontrar todas as forças para ser feliz.