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Apr 13, 2021 - 2 minute read

Risco de pobreza é maior nas ilhas

‘A pobreza em Portugal - trajetos e quotidianos”. Assim se intitula o estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos que coloca a Madeira, depois dos Açores, como a segunda região do País com mais incidência de pobreza. No caso dos Açores, refere o estudo divulgado este mês, a taxa de risco de pobreza é cerca de três vezes maior do que a região com menor incidência: a Área Metropolitana de Lisboa. A Madeira surge logo a seguir.

O relatório identifica quatro perfis de pobres em Portugal – reformados, precários, desempregados e trabalhadores – e conclui que a pobreza é agravada pelo desemprego, o divórcio e a doença.

O projeto ‘Trajetos e quotidianos de pobreza em Portugal’ foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar e multi‑institucional para a Fundação Francisco Manuel dos Santos e teve por objetivo responder à pergunta: “quem são e como vivem os pobres a sua situação de pobreza em Portugal”.

“De acordo com a taxa de pobreza, aferida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 17,2% da população em Portugal encontrava-se em risco de pobreza em 2018. Este valor condensa as vidas de mais de 1,7 milhões de pessoas. Sem sabermos quem é e como vive esta parte da população, partindo das suas próprias perspetivas, dificilmente compreenderemos o país no seu todo”, conclui o estudo.

A definição dos perfis englobou entrevistas. “Os últimos dados para este estudo foram recolhidos em dezembro de 2019 e a pandemia começou a fazer sentir os seus efeitos em Portugal em março de 2020. Não podemos, contudo, ignorar as consequências desta crise nos indivíduos em situação de pobreza”, nota o relatório.

Para além da privação do trabalho, os baixos salários são apontados como um problema. “Os baixos salários auferidos pelos entrevistados refletem, por um lado, as características estruturais do mercado de trabalho e, por outro lado, os efeitos de trajetória biográfica associados à pobreza na infância e na transição para a vida adulta. Problemas de saúde dos pais ou dos próprios, a instabilidade laboral e a perda de membros do agregado familiar traduziram‑se no abandono do percurso escolar como forma de auxílio à família implicando, em várias situações, o ingresso no mundo de trabalho”, conclui o estudo.