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Apr 20, 2021 - 3 minute read

Restaurantes e similares poderão ficar abertos até às 23 horas

Às 23 horas. Essa deverá ser a hora até a qual será permitido aos restaurantes e similares terem as portas abertas a partir da próxima semana. O presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) adiantou ao nosso Jornal que escreveu uma carta ao chefe do Executivo madeirense, há três semanas, a sensibilizar para a “pandemia económica” que está a se instalar junto dos empresários madeirenses, principalmente da restauração e similares.
Nesse sentido, Jorge Veiga França fez um apelo a Miguel Albuquerque para que alivie as restrições a esse nível, sendo que apontou as 23 horas como um horário adequado para que a população comece a procurar os restaurantes para jantar fora e ajudar este setor a recuperar. O responsável pela ACIF manifestou o seu regozijo não só pelo facto de o presidente do Governo Regional ter respondido à sua carta, expressando compreender a situação e que o horário proposto será tido em conta, como também, numa troca de mensagens por telefone, ontem, Miguel Albuquerque ter acedido “de imediato” ao pedido de Veiga França para “uma reunião urgente”, marcada já para o dia de hoje.
Um gesto do presidente do executivo que Veiga França fez questão de enaltecer e de agradecer publicamente. “Tem havido o cuidado do governo de passar a mensagem para os empresários que, de facto, se as coisas correrem bem, poderá haver o anúncio da reabertura gradual, mas a reabertura até as 23 horas dos negócios de restauração já é uma grande ajuda”, sublinhou. A par do alargamento do horário para a restauração e similares, Veiga França vai defender, no encontro hoje com o presidente do Governo, o regresso de mais público aos eventos culturais, para além de preocupações que serão transmitidas relativamente a programas de apoio ao tecido empresarial. Outras matérias, que Veiga França quer apresentar primeiro a Miguel Albuquerque, serão também propostas como forma de ajudar os empresários madeirenses a “se libertarem do colete de forças” em que se encontram por causa da “pandemia económica” que atravessam. Há empresários que pensam inclusivamente em se reunirem em manifestações “mais fortes” no Funchal, uma situação que o presidente da ACIF diz querer evitar. Saliente-se que, na resposta à carta enviada há três semanas Miguel Albuquerque explicou que, tal como tornou público, o executivo preferia aguardar duas semanas, para avaliar o impacto do regresso ao ensino presencial na situação epidemiológica da Região, ouvindo ainda as recomendações das autoridades de saúde. “Eu compreendo essas medidas, mas eu acredito que, de facto, chegou a hora de reabrirmos”, frisou o representante dos empresários, lembrando que a Região já atingiu o limite máximo de 20 casos diários de covid-19 (“até menos”), que chegou a ser apontado pelo diretor regional de Saúde, em entrevista ao JM, como a média ideal para a reabertura da economia. Assim, o responsável pela ACIF espera que, de facto, “se considere as 23 horas como o horário de fecho dos restaurantes e similares. É algo que estava na carta que escrevi ao presidente do Governo Regional, tendo em atenção a realidade regional, à pandemia económica e social que se vive, que será bem pior se continuarmos neste colete de forças”. Jorge Veiga França sublinhou ainda que “há uma série de negócios que já não aguentam mais. A capacidade de resiliência dos empresários ultrapassou tudo aquilo que eu ou a ACIF possamos alguma vez ter imaginado. Isso significa a dedicação dos empresários e daquilo que é abrir os cordões das próprias bolsas empenhando tudo nas suas empresas tem sido um exemplo fora de série. Mas começam todos a atingir os seus limites e é fundamental que se proceda o quanto antes (acho que já vamos uma semana tarde demais) para aliviar as medidas”.

Foto Joana Sousa