A cidade do Funchal renovou ontem a São Tiago Menor, o seu padroeiro, o voto de proteção, numa cerimónia que teve lugar na Catedral, com Miguel Silva Gouveia a depositar a chave da cidade. É uma das cerimónias que marcam o calendário madeirense à passagem de cada 1.º de Maio: o Funchal renova o voto de proteção da cidade a São Tiago Menor, numa cerimónia religiosa em que simbolicamente o presidente da autarquia entrega a chave da cidade ao seu padroeiro. Na tradição consta uma procissão desde a Igreja de Nossa Senhora do Socorro, associada a um voto feito pela população do Funchal, a São Tiago, em 1521, devido a um surto de peste que assolou a ilha.

Ontem por questões pandémicas, o transporte foi realizado pelos Bombeiro, até à Sé do Funchal onde teve lugar a Missa Solene do Voto a São Tiago Menor na Catedral, presidida pelo Bispo do Funchal. Perante Ireneu Barreto, José Manuel Rodrigues, Pedro Calado e Miguel Silva Gouveia, e toda a vereação da autarquia do Funchal, D. Nuno Brás relevou que “há quase 500 anos, o Apóstolo S. Tiago Menor foi escolhido como padroeiro da cidade e diocese do Funchal. Num momento de grande aflição, o povo madeirense sentiu a necessidade de olhar para Deus".

O Bispo do Funchal lembrou que “naquele 11 de junho de há 500 anos, sendo a cidade ‘posta em muita tempestade e tribulação de peste e fome, e muitos outros trabalhos’, os nossos antepassados entregaram-se nas mãos do Apóstolo S. Tiago Menor”. D. Nuno Brás salientou que “os funchalenses e, de um modo particular aqueles que os governam, se confiaram, repetidamente, nas mãos de S. Tiago Menor, sobretudo quando as forças humanas pareciam não chegar, ou para que elas não viessem a faltar, tão grande e difícil era a tarefa que encontravam por diante. Lutavam com quantas formas tinham, mas faziam-nos apoiados em Deus”.