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Mar 24, 2021 - 3 minute read

Relatório oficial de Pequim acusa EUA de racismo e descontrolo da pandemia

 A República Popular da China acusou os Estados Unidos de racismo, desigualdades económicas e de falta de respostas face à crise sanitária num relatório que pretende responder às críticas de abusos de direitos humanos praticados por Pequim.  O relatório oficial da República Popular da China refere que os Estados Unidos em 2020 “viram a própria situação epidémica fora de controlo, acompanhada de desordens políticas, conflitos étnicos e de divisão social”.

O documento, divulgado em Pequim pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado, refere-se também à insurreição ocorrida no dia 06 de janeiro contra o Congresso dos Estados Unidos, além de atos de violência com armas de fogo e de desigualdades no setor da saúde.

O regime de Pequim elabora todos os anos um relatório sobre os Estados Unidos para responder diretamente às críticas de Washington, neste caso, sobre os abusos contra minorias étnicas nas regiões de Xinjiang e do Tibete e à supressão de liberdades na Região Administrativa Especial de Hong Kong. 

“Para vencer a epidemia (covid-19) é precisa ajuda mútua, solidariedade e cooperação entre os países. Mas os Estados Unidos, que sempre se consideraram uma exceção superior, têm a situação epidémica fora de controlo, acompanhada de desordens política, conflitos étnicos e de divisões sociais”, acusa o relatório.

“Os grupos vulneráveis foram as maiores vítimas da falta de respostas do Governo (dos Estados Unidos) face à epidemia”, acrescenta o documento do regime comunista chinês.

O relatório da República Popular da China indica que usa fontes abertas, ao contrário dos documentos norte-americanos que são elaborados por diplomatas, jornalistas e ativistas de direitos humanos que não podem revelar a origem das informações por receios de retaliação por parte do Partido Comunista.

O relatório de Pequim é divulgado depois da imposição de sanções por parte da União Europeia, do Reino Unido e do Canadá contra individualidades chinesas acusadas de abusos contra minorias étnicas, no país.

Pequim retaliou anunciando que vai penalizar quatro legisladores europeus, um investigador alemão e uma organização europeia de defesa dos direitos humanos que vão ficar proibidos de se deslocarem ao território chinês assim como vão ser impedidos de financiarem instituições na República Popular da China.

O regime de Pequim tem endurecido posições contra as críticas sobre “assuntos internos” que encara como um obstáculo à progressão do país como “líder global”.

Nos últimos dias, dois cidadãos canadianos foram acusados na República Popular da China numa aparente retaliação pelo facto de o Canadá ter levado a cabo a detenção de um executivo da empresa de telecomunicações chinesa Huawei e que é procurado pelos Estados Unidos por alegados crimes de fraude.