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Apr 2, 2021 - 3 minute read

Região tem recenseadas 13.534 explorações agrícolas​

Conforme os dados oficiais ontem disponibilizados, a Região perdeu 0,6% de explorações agrícolas nos últimos 10 anos, passando das 13.611 contabilizadas em 2009 para 13.534 no fecho de 2019 (-77). São números apurados pela Direção Regional de Estatística da Madeira, que ontem atualizou o Recenseamento Agrícola 2019 para a Região, que assim passam ao estado de definitivos, sendo possível estabelecer comparações com o anterior registo, datado de 2009.

Assim, volvida uma década, a Região regista menos 77 explorações agrícolas, recuando das 13.611 registadas em 2009 para 13.534 no fecho de 2019, num decréscimo pouco significativo, de 0,6%. Este é, de resto, o recuo menos expressivo desde que este levantamento é efetuado, contrariando o ‘boom’ negativo a que assistiu entre 1977 e 1999, em que metade das explorações regionais desapareceram, foram abandonadas ou agregadas em outras, tendo esta tendência começado a abrandar a partir daí. Na década em análise, ao nível nacional, o número de explorações reduziu em 4,9%,

Em uma outra perspetiva, a Superfície Agrícola Utilizada (SAU) diminuiu 15,2% face a 2009, passando a ocupar 4.604 hectares, descendo dos 40 ares em 2009 para os 34 ares em 2019. As quedas mais pronunciadas registaram-se na horta familiar (-29,0%) e nas terras aráveis (-27,1%), superiores às culturas permanentes (-6,4%) e pastagens permanentes (-0,8%).A evolução nas culturas temporárias foi a que mais contribuiu para a redução das terras aráveis, com a quebra na área de batata (-52,0%) e de hortícolas (-28,5%).

Já nas culturas industriais houve um aumento (+51,8%), resultado do crescimento das plantações de cana-de-açúcar. As culturas permanentes foram impulsionadas pela queda na vinha, que ascendeu aos 36,4%. Nos restantes grupos, com exceção dos frutos frescos (-5,4%), houve aumentos: frutos subtropicais (+26,8%), frutos de casca rija (+18,1%) e citrinos (+17,7%). Destaque ainda para a área de bananeira que cresceu 18,0%.

Ou seja, a área de banana e cana-de-açúcar apresentam crescimento, enquanto a área de batata e de vinha registam quebras.

 

População agrícola familiar recuou 9,4% em 10 anos

Consoante os dados divulgados, o conjunto de pessoas que fazem parte do agregado doméstico do produtor, trabalhem ou não na exploração [população familiar agrícola], ronda as 36,9 mil, abaixo das 40,8 mil de 2009 (-9,4%). Dos produtores singulares, 55,2% são homens e 44,8% mulheres.

A idade média subiu para 62 anos, mais 2 anos do que em 2009, mantendo-se abaixo da média nacional (63 anos).

Na escolaridade, 6,3% declarou não saber ler, nem escrever, sendo uma redução significativa face a 2009 (14,9%). Aliás, a formação de nível superior é agora mais comum, com 7,0% a possuir essa formação, contra 2,8% de 2009.

Esta evolução dá-se também na formação agrícola específica, tendo 41,9% frequentado cursos ou ações de formação profissional agrícola.

Quanto à mão-de-obra familiar medida em UTA (unidades de trabalho-ano, em que 1 UTA corresponde a 225 dias de trabalho, 8 horas por dia) diminuiu 26,6% em 10 anos. A avaliação global dos diferentes tipos de mão-de-obra não familiar mostra que houve uma redução de 19,7%. Não obstante, os trabalhadores permanentes (incluindo dirigentes) cresceram 9,7%.

 

EM DESTAQUE

PECUÁRIA Nos efetivos pecuários, entre 2009 e 2019 os bovinos reduziram de 4,5 mil para 3,9 mil (-14,5%), mas os suínos passaram de 16,6 mil para 3,7 mil (+77,7%). Já os caprinos diminuíram de 7,1 mil para 5,2 mil (-26,6%) e os ovinos mantiveram-se nas 4,6 mil (-0,7%).

SINGULARES A maioria das explorações agrícolas é gerida por singulares (98,6%), mas as sociedades subiram nos últimos dez anos (+154,0%), passando de 63 para 160. Estas, pese serem apenas 1,4%, concentram 5,3% da área de Superfície Agrícola Utilizada.

MODERNIZAÇÃO As explorações agrícolas regionais continuaram o processo de modernização. Assim, o número de motocultivadores aumentou em 31,9%, as motoenxadas em 53,9% e as roçadoras em 215,6%. Já o número de tratores recuou 18,2% e os motopulverizadores em 28,8%.