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Apr 10, 2021 - 4 minute read

Quem recusou vacina da AstraZeneca poderá ser vacinado com Pfizer

O secretário regional de Saúde assegurou ainda que na Madeira não foram registadas nenhuma das reações adversas que têm levantado preocupações relativamente à administração da vacina anglo-sueca.  Covid-19 Os profissionais de educação que tenham recusado receber as doses da AstraZeneca poderão ser imunizados com outra vacina, nomeadamente a da Pfizer, caso tenham menos de 60 anos, grupo etário para o qual o fármaco anglo-sueco passou a não ser recomendado. Esta foi uma informação avançada ontem por Pedro Ramos, secretário regional da Saúde e Proteção Civil, que falava à margem de uma visita do Governo Regional ao Hospital Particular da Madeira, a propósito do segundo aniversário desta unidade hospitalar, celebrado no próximo mês de maio. “Os cidadãos do setor educativo da Região que se recusaram por qualquer razão a fazer a vacina, a partir do momento que queiram, serão vacinados com a vacina que estiver disponível e de acordo com as recomendações internacionais que existem neste momento”, assegurou o governante. Recorde-se que, na passada quinta-feira, a Direção-Geral da Saúde e o Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), recomendaram a administração da vacina da AstraZeneca apenas em pessoas acima dos 60 anos de idade, seguindo a decisão de mais de uma dezena de países, que introduziram também restrições etárias. Face a esta recomendação, segundo Pedro Ramos, a campanha de vacinação que estava a decorrer no mesmo dia em docentes e não docentes já seguiu as orientações emitidas, tendo sido administrado todas as vacinas da AstraZeneca que faltavam apenas nos profissionais com idade acima do limite estabelecido. O secretário regional indicou, contudo, que o número de madeirenses que pertenciam aos grupos considerados prioritários na campanha de vacinação contra a covid-19 e que rejeitou ser vacinado, por diversas razões, ficou-se apenas pelos 1,9%. Já relativamente à situação dos menores de 60 anos que receberam a primeira dose da AstraZeneca, Pedro Ramos afirmou que a Região vai aguardar as recomendações internacionais da Agência Europeia do Medicamento acerca da possibilidade de fazer uma utilização cruzada de vacinas para completar as duas doses. No entanto, assegurou que, até ao momento, na Madeira não há registo de nenhuma reação adversa relacionada com fenómenos tromboembólicos. “As reações adversas têm acontecido com maior frequência em relação às vacinas que temos em maior quantidade na Região, que é a Pfizer”, disse. O governante revelou ainda estar satisfeito com o número de vacinas que a Madeira dispõe, garantindo que as novas restrições colocadas à vacinação com a AstraZeneca não atrasarão a campanha de vacinação no arquipélago. “Não vamos ter grandes constrangimentos em relação a esta fase de vacinação até porque temos muitas vacinas da Pfizer, porque no mês de abril recebemos mais vacinas do que trimestre anterior”, relembrou, acrescentando que a Região espera receber já em junho as vacinas da Johnson&Johnson, cuja proporção poderá ascender a 40 mil doses, o que permitirá inocular mais 40 mil cidadãos com apenas uma dose De recordar que, até ao momento, já foram vacinadas na RAM cerca de 54 mil pessoas, 40 mil com a Pfizer e as restantes cerca de 14 mil com a AstraZeneca. Pedro Ramos concluiu sublinhando que a vacinação continua a ser “a arma mais importante” no combate ao vírus SARS-COV-2 e que a estratégia do Governo Regional é a de “testar massivamente e vacinar rapidamente”. Regresso às aulas assegurado Já Miguel Albuquerque, também presente nesta visita, garantiu que as novas recomendações para a utilização da vacina da Astrazeneca não vão condicionar o regresso às aulas do 3.º ciclo na próxima segunda-feira. “Vamos seguir as recomendações e vacinar com a Pfizer. Na segunda-feira será a abertura do 3.º ciclo com todos os professores vacinados e para a próxima semana vamos concluir os 20 mil testes dos alunos”, disse o presidente do Governo Regional. Já num outro tópico, o chefe do executivo madeirense revelou que está preocupado com demora na chegada dos apoios do Plano de Recuperação e Resiliência. “Perante uma situação como a que estamos a atravessar, acho que é fundamental acelerar (…) porque precisamos desse dinheiro para apoiarmos as populações, as empresas e o funcionamento da nossa economia. Estamos a atravessar momentos muito difíceis e é fundamental neste momento que a União Europeia tenha uma resposta”, disse o presidente, apontando que estes atrasos se devem à complexidade do próprio sistema da União Europeia, que exige que estes apoios sejam aprovados pelos parlamentos de todos os Estados-membros. No entanto, segundo o governante, os apoios do fundo REACT deverão chegar já a partir de julho, enquanto que os restantes estão previstos para o mês de outubro. FOTO DR