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Mar 20, 2021 - 3 minute read

PSD e CDS rompem a coligação em Santana

Está decidido: em Santana não há coligação entre PSD e CDS. A decisão está tomada na direção dos sociais democratas, depois de um longo processo de avanços e recuos, em que a intransigência de Dinarte Fernandes, potencial recandidato pelo CDS, em não aceitar de bom grado elementos sociais democratas na sua lista, terá tido a sua quota de responsabilidade. O PSD ‘fartou-se’ e tomou uma decisão. Isso e o facto de as duas estruturas locais, tanto a do PSD como a do CDS, nunca terem visto com bons olhos esta aliança. Na lógica de que o PSD vai só onde é poder, como são os casos de Calheta e Câmara de Lobos, também o CDS local considera que teria esse direito em Santana.

E no ‘braço de ferro’ com o líder Rui Barreto, que tentou sempre apaziguar as coisas, Dinarte Fernandes acaba por vencer o primeiro ‘round’, tudo indicando que será ele mesmo o candidato centrista, recordando-se que ‘herdou’ a autarquia de Teófilo Cunha e verdadeiramente nunca foi a eleições, desconhecendo-se quanto ‘vale’. Já na ótica do PSD, num concelho que durante décadas foi ‘laranja’ e só a partir de 2013 ‘virou’ CDS, existe a forte convicção de que é possível recuperar a Câmara, faltando, ainda, conhecer o rosto principal dessa candidatura, num processo que será agora iniciado, mas que deverá estar concluído muito em breve. Cláudia Perestrelo, deputada representativa do concelho na ALRAM, será uma forte possibilidade.

Com este desfecho, o PS também ganhará algum fôlego, estando também por conhecer quem será o cabeça de lista, mas, a julgar pelas escolhas que vão sendo tornadas públicas em outros municípios, poderá ser também a deputada oriunda do concelho na Assembleia Regional, no caso de Santana Tânia Freitas. Uma escolha na lógica de Miguel Brito (Porto Santo), Olga Fernandes (Ribeira Brava) e Sofia Canha (Calheta), todos deputados. A exceção é São Vicente, onde avança Helena Freitas, dado que o PS não tem qualquer deputado específico desse concelho

Recupere-se os resultados verificados em Santana em 2017 para se perceber melhor o que cada partido terá de fazer para chegar à cadeira do poder: CDS (60,46%), PSD (22,44%) e PS (3,61%).

No mapa da coligação, fica agora a certeza de que PSD e CDS vão juntos no Funchal, Santa Cruz, Porto Moniz, Porto Santo e Machico. Vão a ‘solo’ em Santana, Câmara de Lobos e Calheta e apoiam um candidato comum em São Vicente (José António Garcês) e Ribeira Brava (Ricardo Nascimento). Falta a Ponta do Sol, igualmente de convergência complicada, com Sara Madalena a replicar o papel de Dinarte Fernandes e também a não aceitar bem a coligação, rejeitando ser secundarizada pelo candidato PSD. Célia Pessegueiro (PS) e Gualberto Fernandes (PSD) poderão, então, ter companhia. Nos concelhos onde vão sós, o CDS apresenta Amílcar Figueira, em Câmara de Lobos, e Gabriel Neto, na Calheta, aguardando-se pela ratificação de Dinarte Fernandes (Santana) e forte hipótese de Sara Madalena. No PSD, já seguras são as lideranças de Pedro Calado (Funchal), Brício Araújo (Santa Cruz), Pedro Coelho (Câmara de Lobos), Carlos Teles (Calheta), perspetivando-se as prováveis confirmações de Roberto Silva (Porto Santo), Norberto Maciel (Machico), Dinarte Nunes (Porto Moniz) e, eventualmente, Cláudia Perestrelo em Santana.