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Mar 19, 2021 - 3 minute read

PS propõe estudo científico para acompanhar introdução da digitalização no ensino

O Partido Socialista-Madeira defende que a Secretaria Regional da Educação, em parceria com a Universidade da Madeira (UMa) e as escolas, proceda ao desenvolvimento de um estudo científico para acompanhar a introdução da digitalização no ensino na Região Autónoma da Madeira. A proposta socialista já deu entrada no Parlamento madeirense, tal como deu conta esta manhã o deputado Rui Caetano, em conferência de imprensa realizada por via eletrónica. O parlamentar referiu que a transformação digital chegou à nossa sociedade de forma irreversível e que, naturalmente, a inovação e a modernização também estão a chegar ao interior das escolas, sendo que o investimento na digitalização do ensino “é positivo e é o rumo certo”.

No entanto, Rui Caetano considerou que não basta introduzir computadores, tablets, manuais e aplicações digitais na escola para criarmos um novo modelo educativo. “É verdade que estes instrumentos têm de estar ao serviço das aprendizagens dos alunos, mas é preciso apostar também na inovação, nas novas pedagogias, nas novas metodologias de trabalho, na formação intensiva dos professores e aumentar a autonomia das escolas, para que elas próprias encontrem as melhores respostas para as novas situações que vão surgindo com a introdução das novas tecnologias”, sustentou.

Para além disso, o parlamentar lembrou que a digitalização da educação não é apenas para aqueles alunos que têm condições, competências e famílias estruturadas que acompanham os seus filhos e valorizam a educação. “A digitalização terá de ser para todos e cada um, sendo que aqueles que têm mais dificuldades têm de ter outro tipo de apoios e de acompanhamento”, declarou, advertindo que “a Secretaria Regional da Educação não pode pensar que basta entregar computadores e manuais escolares aos alunos”.

Nesse sentido, frisou ser “importantíssimo” e “fundamental” o desenvolvimento (juntamente com a UMa, que além da proximidade tem investigadores e professores competentes) de um estudo científico para acompanhar e avaliar de forma contínua e permanente a introdução destas novas tecnologias na escola. Tal como explicou, este estudo deve avaliar os impactos nos alunos, nas aprendizagens e também do ponto de vista da saúde. “Há uma nova forma de estar na escola, os alunos estão horas e horas à frente de um computador e de um tablet, pelo que é preciso também avaliar essas questões da saúde”, disse Rui Caetano, esclarecendo que “não é para retirar os tablets, mas sim para corrigir aquilo que é preciso corrigir, para introduzir novas mudanças naquilo que é preciso mudar e ver se os alunos estão ou não a adquirir as aprendizagens que deveriam adquirir”.

 

“Esse estudo científico seria estruturante para o sucesso da implementação da digitalização no ensino, para que, de facto, todos tenham sucesso e para que esta nova estratégia para a educação não tenha depois de recuar e venha prejudicar mais do que beneficiar”, rematou.