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Apr 8, 2021 - 3 minute read

Professores denunciam desinformação e pedem mais atenção por parte do Governo

O Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) criticou esta manhã a forma como está a ser feita a comunicação à sociedade em geral, e especialmente para os professores, por parte das entidades governamentais da Madeira, relativamente à vacinação, acusando até que tem havido “desinformação” a este respeito. Segundo o coordenador do SPM, que esteve esta manhã, na Escola Secundária Francisco Franco, para assistir ao recomeço das aulas do ensino secundário, “tem havido da parte de diversos elementos do Governo Regional informações contraditórias”. E exemplifica: “Em relação à vacinação, quando é que ia começar? O senhor secretário tinha dito que ia começar por quem está em regime presencial, pré-escolar e 1º ciclo, o senhor presidente do Governo, passado um dia ou dois, veio dizer que ia começar pelos professores do secundário porque os alunos tinham exames”.

Embora considere que o importante seja mesmo o vacinar toda a gente, Francisco Oliveira disse que “tem de haver critérios e esses critérios têm de ser comunicados” e a “informação tem de chegar de forma direta às escolas e aos sindicatos que representam e apoiam os professores”.

Além disso, recordou que, em termos de auscultação é preciso “respeitar a lei”.

“A própria lei geral em funções públicas obriga à negociação das questões de saúde e segurança no trabalho, como é a testagem, a vacinação ou medidas de segurança sanitária”, salientou, afirmando que “nada disso tem sido feito” e denunciando que “o processo tem sido decidido de forma unilateral e comunicado através dos órgãos de comunicação social”.

“Nós estamos ao lado do Governo a combater o vírus”, asseverou.

Relativamente ao regresso dos professores do ensino secundário, hoje, às aulas presenciais, Francisco Oliveira disse que os colegas estavam muito satisfeitos e otimistas até porque, adiantou “as pessoas estavam cansadas de estar e casa”.

Francisco Oliveira disse que, a este respeito, os professores sentiram que o trabalho relativo ao ensino à distância era muito mais exigente para menores resultados.

Quando as suas vidas em casa, em termos familiares e pessoais foram condicionados em função do trabalho de acompanhamento dos seus alunos e os resultados não foram os esperados, é normal que não “entusiasme muito”.

O sindicalista vê neste 3º período a oportunidade para que seja reposta a normalidade e tanto possível, minimizar as perdas, “em alguns casos dramáticas”, do ensino à distância.

“São dramáticas porque, em alguns casos houve dificuldades dos alunos em termos de materiais, da rede de internet, da capacidade dos próprios alunos conseguirem estar atentos à distância”.

“Esse período esperamos que tenha ficado para trás”, afirmou Francisco Oliveira, salientando que a vacinação venha “abrir novas perspetivas de uma normalidade em termos de ensino presencial”.

Nessa perspetiva, revelou que a maioria dos professores - apenas 10 a 20% recusou - optou por levar a vacina contra a covid-19 e que as dúvidas que surgiram foram resultado da “contrainformação” que tem surgido nos últimos tempos.

Apesar de reconhecer que há, realmente o reporte de alguns efeitos secundários, recorda que estas são muito raras e que é a própria comunidade científica a garantir a sua segurança.

O que lamenta, no entanto, é o facto de alguns colegas terem reportado algumas reações adversas, que os impossibilitou de irem para as escolas e as respetivas direções terem pedido para que estes usassem essas faltas em dias de férias.

“Nós não concordamos com isso”, afirmou Francisco Oliveira, acrescentando que já informou a tutela, pedindo, através de ofício, que estas faltas sejam justificadas pela forma direta, isto é, devido a “efeitos adversos à vacinação”.

Sobre a testagem de todos os alunos, uma reivindicação que já havia sido feita pelo SPM, Francisco Oliveira lembrou que esta não deverá ser apenas massiva, mas também regular.