madeira news

Feb 21, 2021 - 3 minute read

Presidente da Quercus Madeira indignada responde a Susana Prada acerca das Ginjas

A presidente do Núcleo Regional da Quercus - Madeira, Elsa Araújo, esclareceu hoje, em comunicado, àquelas que diz ser as “fake news (notícias falsas) veiculadas pelas ONGA`s (Organizações Não Governamentais de Ambiente), no âmbito da polémica sobre a pavimentação do caminho das Ginjas”. Na nota enviada enviada às redações, a responsável começa por contar que, desde muito jovem sempre se interessou por tudo aquilo que tinha a ver com a Natureza, sobretudo pela botânica.

“Na década de 90 fiz a licenciatura em Biologia, tendo estagiado na Madeira, no Parque Natural da Madeira. Nessa mesma década tornei-me sócia do Núcleo Regional da Quercus Madeira, do qual ainda faço parte. Quando estagiei, o Parque Natural da Madeira já se encontrava a fazer um levantamento à floresta Laurissilva da Madeira, juntamente com outras entidades governamentais e do qual resultou a publicação «Laurissilva da Madeira Caracterização Quantitativa e Qualitativa». Na altura fui integrada naquele grupo de técnicos que se encontrava a fazer o trabalho de campo e graças a este estágio fiquei a conhecer um património natural que desconhecia e que a partir daí passei a valorizar e a divulgar não só enquanto membro da Quercus, mas também enquanto professora”, escreve salientando que ficou “indignada”, mas “não surpreendida”, “com as declarações vindas a público, nos últimos dias, por governantes que são pagos pelo erário público para proteger aquilo que de mais precioso a Região Autónoma da Madeira tem, o seu património natural”.

“Que fique claro para quem proferiu tais afirmações, pondo em causa a idoneidade das organizações ambientalistas, que da nossa parte, temos conhecimento, no terreno, do valor daquela mancha de Laurissilva situada entre o Sítio da Ginjas e os Estanquinhos. Temos conhecimento, igualmente, que aquela clareira que se abriu na Laurissilva, no início da década de oitenta, resultou de puro aventureirismo e sem qualquer planeamento, o que explica o esquecimento a que aquele caminho esteve votado. Querer beneficiar o caminho das Ginjas alegando falsos argumentos de valor económico, social e ambiental é pretender atirar areia aos olhos dos madeirenses. Da nossa parte, contem com todo o nosso empenho no sentido de mostrar à região, ao país e ao Mundo que aquela pretensa obra é um atentado à conservação da Natureza. E que uma área classificada como Reserva Biogenética, fazendo parte da Rede Europeia de Reservas Biogenéticas do Conselho da Europa e Reserva da Biosfera da UNESCO não ficará à mercê da incapacidade de gestão e conservação por parte de quem tem a obrigação de a proteger. As ONGAS´s são formadas por voluntários capazes cujo único objetivo é defender o bem comum”, termina assim a nota.