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Mar 19, 2021 - 4 minute read

Praça de Portugal brilha graças ao apoio da comunidade

O espaço inaugurado em 2013 tornou-se num ponto de encontro para os portugueses, a maioria madeirenses, que vivem na zona dos Altos Mirandinos. Já se passaram quase oito anos desde a inauguração da Praça de Portugal, no município de Los Salias, no estado de Miranda. Apesar da situação económica e social que a Venezuela tem vivido nos últimos anos, o espaço mantém-se como uma “taça de prata”, graças ao apoio constante da comunidade luso-venezuelana residente na região. Durante a última semana foi realizado um dia especial de manutenção, jardinagem e pintura, para garantir que a praça continue em ótimas condições. A informação é do cônsul honorário de Portugal nos Altos Mirandinos, Pedro Gonçalves, que está à frente do grupo de cidadãos que colabora na manutenção do local. “A manutenção da praça custa cerca de 800 dólares por ano; dinheiro que alguns membros da comunidade portuguesa da região tiram do bolso, bem como algum apoio que obtemos através de empresários e negócios locais. Todas as semanas regamos e limpamos a área, de forma a manter as áreas sempre verdes e o local em geral limpo. Este é o nosso pedacinho de Portugal nos Altos Mirandinos”, explica a autoridade consular. Honra e orgulho “Para nós é uma honra e orgulho ter um espaço português no concelho, que, embora não seja muito grande, tem muita força e dedicação. É a maior praça de Portugal ao nível nacional e simboliza a esperança para o amanhã e o amor pelas duas nações. Contamos com todo o apoio da comunidade para mantê-lo e cuidar dele. Devemos sentir que este espaço é como se fosse a nossa casa, o nosso Portugal. A praça representa o amor, a cultura e a espiritualidade. Temos um terreno de Portugal aqui na Venezuela. É o reconhecimento de uma comunidade extraordinária, bonita e participativa”, afirma o também empresário regional. A Praça de Portugal, localizada na distribuidora La Rosaleda, foi inaugurada em novembro de 2013 e tem uma forma oval de 50 metros de comprimento por 25 metros de largura. É um local de lazer familiar com bancos, passarelas, jardins, iluminação e tomadas de água. No espaço, pintado com as cores verdes e vermelhas da bandeira portuguesa, é possível ver o busto de Luís de Camões, uma figura da Virgem de Fátima e uma enorme cruz que representa o forte apego à religião de quem emigrou outrora. “Embora tenha sido inaugurada em 2013, só em 2018 foi realizada a sessão solene na Câmara Municipal para a assinatura do convênio de entrega da praça à comunidade pelo prazo de 20 anos. Agora temos a responsabilidade de mantê-lo. Existe um projeto para colocarmos a azulejaria tradicional portuguesa, mas é preciso dinheiro. Esperamos que a comunidade nos apoie para que isso seja possível um dia”, argumentou Pedro Gonçalves, acrescentando que a praça recebe grande afluência de pessoas aos fins de semana, enquanto os alunos de Língua Portuguesa realizam atuações no local durante as jornadas nacionais portuguesas. Trabalho dos portugueses Recorde-se que durante a assinatura do referido acordo, o autarca do concelho de Los Salias, ‘Josy’ Fernández, destacou o trabalho desenvolvido pelos portugueses na jurisdição. “Vivo perto de Portugal todos os dias. Temos uma grande colónia de portugueses aqui nos Altos Mirandinos. Sou descendente de espanhóis e tive o privilégio de conhecer Portugal, também tenho grandes amigos portugueses. O comércio de Santo António é impulsionado pela comunidade portuguesa. Hoje é a assinatura de um acordo para uma praça que a comunidade portuguesa possui, mantém e dá vida. Um espaço que nos faz lembrar todos os dias Portugal, pois aí tem a sua bandeira”, garantiu o autarca, que na altura atribuiu a Ordem de Santo António exemplar a um grupo de lusitanos que são um “exemplo” para o país. Por sua vez, o cônsul-geral de Portugal em Caracas, Licínio Bingre do Amaral, destacou a simbologia do ato. “Esta praça, que tem dois símbolos muito importantes, Luís de Camões e Nossa Senhora de Fátima, representa Portugal e o reconhecimento da Venezuela pelo trabalho dos portugueses para o país e para esta autarquia. Dá relevância à participação dos portugueses na localidade e a todo o trabalho que foi feito e está a ser feito pelos portugueses. Mostra o desejo comum de ambas as nações de trabalhar pelo desenvolvimento”, expressou a autoridade consular em 2018.