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Apr 8, 2021 - 3 minute read

Portugal despede-se de “um homem cordial e de causas”

Jorge Coelho, ex-dirigente socialista e antigo ministro, morreu ontem, vítima de doença súbita, na Figueira da Foz, quando visitava uma casa na zona turística da cidade. “Um dia triste” para o País e para a família socialista. É assim que Carlos Pereira, deputado do PS na Assembleia da República, lamenta a morte de Jorge Coelho. Uma figura notável que “esteve no Funchal em 2007 a apresentar a minha candidatura à Câmara, no que foi a minha primeira experiência nesta vida. Conheci-o nessa altura e habituei-me a reconhecer as enormes qualidades pessoais e políticas deste camarada”.

Carlos Pereira revelou ao JM que Jorge Coelho “tinha relação fácil com as pessoas e não conheço ninguém no PS que não tivesse simpatia por ele”. Como afirma o deputado madeirense, “o seu percurso está marcado pela enorme humildade e capacidade para assumir a responsabilidade na catástrofe de Entre-os-Rios. É por isso uma enorme e incontornável referência da forma como se deve estar na vida pública, indo ao encontro das ansiedades dos cidadãos”.

O seu contributo para o reforço do papel do PS é reconhecido por todos “e não tenho dúvidas que a forma combativa e resiliente como tratava todos os assuntos em que se metia era uma característica singular que tinha resultados extraordinários”, considera ainda, acrescentando que “Jorge Coelho soube sair da vida política e criar um percurso diferente ligado às empresas e bem sucedido, demonstrando as suas efetivas capacidades pessoais”.

Nesta hora de despedida, Carlos Pereira acrescenta ainda que “julgo que não me engano se disser que todos os seus adversários o respeitavam, revelando que era cordial e respeitava toda a gente sem nunca abdicar do combate sem tréguas”.

Por tudo isto, considera que Jorge Coelho “foi um grande homem e representa uma grande perda para o País mas também para a família socialista”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou choque pela notícia da morte do antigo ministro e ex-dirigente socialista e recordou o seu “espírito combativo”, considerando que, sem nunca exercer a liderança, influenciou a vida do País.

Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou-se “chocadíssimo” com a notícia da morte de Jorge Coelho, seu “amigo muito querido”, considerando que foi um “admirável servidor da causa pública.

Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República e ex-líder socialista, mostrou-se também chocado e muito triste com a morte do seu amigo e camarada Jorge Coelho.

O ex-dirigente socialista e antigo ministro Jorge Coelho morreu ontem, vítima de doença súbita, na Figueira da Foz, quando visitava uma casa na zona turística da cidade, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros.

De acordo com Jody Rato, comandante dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, Jorge Coelho, de 66 anos, sentiu-se mal durante a visita a uma habitação na Rua da Liberdade, na zona turística do Bairro Novo.

“A senhora que estava com ele ligou para o 112 e quando a nossa equipa chegou ao local ele estava em paragem cardiorrespiratória. Foram feitas manobras de reanimação mas não foi possível reverter a situação”, tendo o óbito sido declarado no local, adiantou o comandante.

Jorge Coelho foi ministro de três pastas nos governos de António Guterres: ministro Adjunto; ministro da Administração Interna; ministro da Presidência e do Equipamento Social.

A partir de 1992, com Guterres na liderança, Jorge Coelho foi secretário nacional para a organização, contribuindo para a vitória eleitoral dos socialistas nas legislativas outubro de 1995.