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Apr 19, 2021 - 3 minute read

Porto Santo em debate: “Da democratização à democracia cultural: repensar instituições e práticas”

“Da democratização à democracia cultural: repensar instituições e práticas”, esta o título da confer~encia do Porto Santo a realizar na ‘Ilha Dourada’ nos dias 27 e 28 de abril, ocasião para debater o significado, ‘hoje’, de “democracia cultural”, e para transformar a periferia insular num centro de reflexão e de irradiação de políticas culturais para a Europa. O evento surge por ocasião da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, a convite do Ministério da Cultura e em colaboração com o Governo Regional da Madeira e a Associação de Promoção da Madeira, o Plano Nacional das Artes, em articulação com o GEPAC.

Em debate estarão vários pontos como sejam: a)Promover uma visão cultural que valorize o pluralismo, o conhecimento dos públicos, a inclusão, a participação, a coesão social e a cidadania, pensando estrategicamente sobre o papel da intersecção das políticas de Cultura e Educação; b) Encorajar o desenvolvimento das instituições culturais em territórios educativos e das instituições educativas em polos culturais; c) Refletir sobre como as instituições culturais e os seus processos contribuem (ou não) para uma sociedade mais democrática e livre; como promovem o acesso à fruição e à produção cultural; d) Desenvolver um quadro conceptual e recomendações práticas dirigidas aos vários setores de atuação (governos, instituições e sociedade civil) para orientar práticas culturais mais inclusivas e plurais, valorizando a diversidade cultural e a produção de comunidades tantas vezes marginalizadas; e) Debater criticamente as possibilidades e os desafios da relação entre as artes, o património e os meios digitais e f) Publicar um documento-chave, a “Carta do Porto Santo”, que estabeleça princípios orientadores e recomendações para promover a democracia no coração das instituições culturais e que permitam uma maior participação e emancipação dos cidadãos.

A conferência, que terá um formato híbrido (presencial e digital), contará com a presença de responsáveis políticos nacionais e europeus, das áreas da Cultura e da Educação; com dois dos filósofos mais influentes do nosso tempo, Jacques Rancière e Chantal Mouffe; com a especialista na relação entre as artes e a educação, Maria Acaso; com personalidades de referência na reflexão sobre as instituições culturais pós-colonialistas e inclusivas, Wayne Modest e Maria Lind; com oradores reconhecidos pela experiência na relação entre as artes, o património e os territórios digitais; com a apresentação e reflexão sobre a prática ”artivista” da artista cubana Tânia Bruguera e de outros projetos artísticos que nos ajudam a pensar a relação entre a arte e a comunidade.

No encerramento da Conferência, será apresentada a “Carta de Porto Santo”: um documento orientador, com princípios e recomendações que promovam uma cidadania cultural plena, e que resulta de um processo participativo, a decorrer desde o início de março, recolhendo os contributos de encontros com representantes dos Estados Membros da UE e de redes e organizações artísticas e culturais não-governamentais europeias. Deste modo, é um documento em que o conteúdo e o processo formal da sua construção estão em sintonia: democracia cultural.