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May 7, 2021 - 3 minute read

População aprova rusgas da polícia em Santo Amaro

A maioria dos residentes revela ao JM que as operações policiais são frequentes e “em larga escala nos últimos três anos”. Conseguem interromper o tráfico, mas não conseguem extinguir o problema da droga. DROGA
O problema do consumo e tráfico de droga no Bairro de Santo Amaro está no topo das preocupações de quem vive no local. Maria, nome fictício, vive no Complexo Habitacional Santo Amaro II há dez anos e desde sempre houve um problema com o consumo e tráfico de droga. “Reconheço que a polícia faz o que pode, praticamente passa por cá todos os dias”, mas refere que “o problema não cabe só à PSP resolver. Também as instituições públicas e governamentais e os moradores têm o dever denunciar a delinquência, que é um grave problema deste bairro, mas também é de todos”. É do agrado da população “a presença da PSP nestas habituais rusgas, mas isso é sempre passageiro e torna-se quase por ser cíclico. Os delinquentes andam, agora, uns tempos escondidos, depois voltam ao ativo até nova rusga da polícia”, revela. A maioria dos moradores revela ao JM que as rusgas aconteceram “em larga escala nos últimos três anos. Há uma busca em que fecham o bairro e atuam sobre tudo e todos, há outras mais localizadas, tal como foi a da noite passada”, acrescenta. “Estas operações resolvem, de certo modo, esse tráfico durante algum tempo, mas nunca conseguem extinguir o problema da droga aqui”, continua.

Rusgas agradam residentes Nos últimos tempos é um problema agravado, aparentemente porque a pandemia veio dar visibilidade ao delito. “Todos os dias andam na rua indivíduos não sei a fazer o quê”, revela um outro morador, quando questionado pela reportagem do JM. Houve algumas “movimentações em algumas residências do Bairro de Santo Amaro II, numa zona muito problemática. A polícia já os conhece e sabe quem são os consumidores e os traficantes. Não tenha dúvidas”, ressalva outro morador, de 55 anos, que diz ser do seu agrado a presença das autoridades nestas rusgas. PSP fez operação sigilosa Na madrugada da passada quinta-feira, várias equipas do Departamento de Investigação Criminal da Esquadra do Funchal e da Brigada de Intervenção Rápida (BIR) deram cumprimento a vários mandados judiciais para a realização de buscas domiciliárias em várias residências. Foram mais de três dezenas de operacionais que estiveram ligados à operação. Segundo fonte da PSP, a operação foi preparada no maior sigilo, sendo que os operacionais só souberam da realização de toda a operação minutos antes do seu início. Mesmo o resultado da intervenção foi escondido e está, também, bem guardado. Por outro lado, uma fonte do Comando Regional da PSP revelou ao JM que foram identificados vários indivíduos, tendo sido efetuadas buscas em pelo menos seis residências. Bairro muito problemático Fonte do Comando da PSP não confirmou, no entanto, se houve detidos ou não durante a rusga de ontem. Na ocasião, este operacional do Comando Regional revelou que o Bairro de Santo Amaro é, neste momento, um dos bairros sociais na Madeira mais patrulhados pela PSP devido à sua problemática. Todos os anos há uma rusga geral, que culmina com algumas detenções e apreensão de droga. Depois, há as fiscalizações diárias e as rusgas mais focalizadas em certos parâmetros. As duas últimas rusgas aconteceram em novembro de 2019 e janeiro de 2020. Curiosamente, estas duas tiveram uma diferença de apenas dois meses. Depois há as operações policiais no quadro da prevenção criminal de caráter cíclico. Por outro lado, o JM sabe que muitas instituições estão a trabalhar no melhoramento social e educacional dos moradores das estruturas habitacionais que estão situadas na Rua Dr. Gastão de Deus Figueira, Rua Dr Fernando Rebelo e ainda no Caminho da Santa Quitéria. foto paulo graça