A polícia disparou hoje balas de borracha e lançou gás lacrimogéneo em Myanmar sobre as manifestações pacíficas contra o golpe da junta militar, depois do embaixador na ONU ter pedido o fim do golpe e punição dos seus responsáveis. Segundo as agências de notícias EFE e AFP, as autoridades estão a agir com violência contra um número elevado de manifestantes desarmados, tendo já detido um número indeterminado de pessoas, entre eles jornalistas e repórteres de imagem que se encontravam a fazer a cobertura das manifestações que decorrem há várias semanas no país.
“O que a polícia está a fazer? Estão a proteger um ditador louco", gritavam os manifestantes nas ruas, onde centenas de membros do grupo étnico Môn se reuniram para comemorar o seu feriado nacional, juntamente com outros grupos étnicos que protestavam contra o golpe.
Testemunhas no local descreveram cenas caóticas ao vivo na rede social Facebook, incluindo os momentos em que os tiros foram disparados.
Segundo a polícia, menos 15 pessoas foram presas, das quais três são jornalistas.
De recordar que Myanmar (antiga Birmânia) encontra-se a braços com uma onda de protestos pró-democracia e apelos à restauração da democracia e à libertação dos políticos eleitos detidos pelas forças de segurança, incluindo a líder deposta Aung San Suu Kyi.
Os militares justificam o golpe de estado alegando fraude eleitoral cometida nas eleições legislativas de novembro passado, nas quais a Liga Nacional para a Democracia, partido de Suu Kyi, venceu por esmagadora maioria.