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Apr 25, 2021 - 3 minute read

Pandemia também fez baixar pedidos de socorro

O Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) coordenou mais de 28.450 serviços pré-hospitalares ao longo do ano de 2020. São menos 7% dos que foram realizados em 2019 e 17,2% do que em 2018. O ano de 2020 ficou marcado pelo início de uma pandemia global que ainda está a provocar danos colaterais em todo o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) da RAM, consumando-se nos menores pedidos de socorro e de serviços realizados fora do contexto hospitalar, conforme dados avançados ao JM pelo Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC). Ao todo, foram contabilizados 28.497 saídas em emergências, menos 7% do que em 2019 (30.656) e menos 17,2% do que em 2018 (34.440).

Desde 2015, os números do socorro tinham vindo sempre a subir, mas a tendência alterou-se nos últimos dois anos, onde tem vindo sempre a descer e por causas completamente destintas. Uma foi a pandemia, a outra foi uma alteração realizada no Comando Regional de Operações de Socorro (CROS) [ver destaque ao lado].

Com a pandemia do SARS-CoV-2 em 2020, as coisas foram-se acentuando numa descida de pedidos de socorro. Por isso, os números do ano passado não surpreendem, principalmente quando se trata de pedir socorro para o 112.

Estes factos de descida são mais evidentes a partir de março de 2020, altura em que o socorro fora do contexto hospitalar começou a descer significativamente, fruto do confinamento e também do recolher obrigatório, que motivou menos pessoas a circular e menos atividade populacional nos grandes centros. Com isso, menos acidentes e incidentes e, claro, menos serviços de socorro na rua e nas residências. Em dois anos, essa baixa quase chegou aos 20% de menos serviços pré-hospitalares.

 

Funchal com 40% das saídas

O concelho do Funchal continua a ser onde quase metade de todas as emergências pré-hospitalares de toda a RAM se passa. 40% das emergências são realizadas no Funchal, onde Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), os Bombeiros Voluntários Madeirenses (BVM) e o Corpo de Bombeiros Sapadores do Funchal (CBSF) realizaram um total de 11.348 serviços pré-hospitalares. São mais de 31 um serviços diários efetuados pelas três instituições, a maioria das vezes num só dia na capital. Além destes, os Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos têm algumas intervenções também na cidade, que aqui não ficaram contabilizadas, como, por exemplo, os BVM e a CVP tiveram noutros concelhos e também não contabilizamos.

Se juntarmos os restantes concelhos da RAM, os valores aumentam para 78 serviços diários, menos dois dos que os 80 registados nos valores de 2019. Contudo, se formos mais atrás, o ano de 2018 registou quase 100 serviços diários de emergências pré-hospitalares, bem longe dos atuais 78 de 2020.

 

BVM com 15% de emergências

Sendo o Funchal o concelho com mais ocorrências e serviços pré-hospitalares, não foge à regra ser deste local a corporação de bombeiros que desenvolve mais atividade nos postos de emergência de cada um dos concelhos da RAM. Aliás, os BVM e a Companhia de Bombeiros Sapadores do Funchal absorvem mais 30% das emergências de toda a RAM.

Os BVM lideram a tabela de mais serviços pré-hospitalares em 2020, com 4.515 saídas ao longo do ano, os CBSF têm 4.168 e a Cruz Vermelha Portuguesa chega aos 2.665 serviços pré-hospitalares. Juntas, estas três instituições chegam aos 40% de serviços nas duas ilhas.

Fora do concelho do Funchal, os Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos realizaram 3.589 serviços, os Bombeiros Mistos da Ribeira Brava e Ponta de Sol (3.171), Bombeiros Voluntários da Calheta (1.680), Bombeiros Voluntários de São Vicente e Porto Moniz (1.268), Bombeiros Voluntários de Santana (1.255), Bombeiros Voluntários do Porto Santo (591), Bombeiros Sapadores de Machico (2.629) e Bombeiros Sapadores de Santa Cruz (2.966).