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Feb 22, 2021 - 3 minute read

Pandemia coloca casamentos em lista de espera

A pandemia veio colocar uma pausa nos planos de todos, incluindo os apaixonados que iam finalmente dar o nó e dizer ‘sim’ à sua cara metade no último ano. A covid-19 não o permitiu, ou, se o permitiu, não foi nas condições com que os casais desejavam. Os cancelamentos foram muitos e os adiamentos outros tantos, mas, ainda assim, para alguns o amor não pôde esperar mais e a subida ao altar acabou mesmo por acontecer.

No entanto, é incontornável apontar a significativa quebra no número de casamentos realizados em tempos de pandemia.

De facto, se conforme apontando pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), em 2019 se verificou um aumento de matrimónios face a 2018 (959 casamentos), ao totalizar 966 cerimónias, em 2020 a realidade rumou naturalmente no sentido contrário. Segundo compravam os dados disponibilizados ao JM pela Direção Regional da Administração da Justiça, no ano passado realizaram-se apenas 767 casamentos no Arquipélago da Madeira, o que representa uma quebra de aproximadamente 20,6% face ao ano anterior. O Funchal foi o concelho onde mais casais trocaram alianças, ao registar a consagração de 327 matrimónios. Seguem-se Santa Cruz, com 121, Machico, com 97, e Câmara de Lobos, com 64.

Os restantes municípios celebraram todos menos de 50 casamentos ao longo de todo o ano: Calheta (47), Ponta do Sol (35), Porto Santo (24), Ribeira Brava (18), Santana (14) e Porto Moniz (11). Já São Vicente foi a zona da ilha com menos ‘sins’, ao somar apenas nove celebrações. Destas mais de sete centenas de cerimónias, apenas 17 realizaram-se entre pessoas do mesmo sexo e as quais se distribuem somente por quatro concelhos da Região, concretamente pelo Funchal (11), Santa Cruz (3), São Vicente (2) e Ponta do Sol (1).

Em termos percentuais, estes casamentos corresponderam meramente a cerca de 2,2% do total. Posto tudo isto, feitas as contas, em média, subiram ao altar por mês aproximadamente 64 casais, contra a média de 80 casamentos registada em 2019.

As razões são óbvias: num ano em que a Região esteve obrigada a ficar em casa vários meses a cumprir confinamento e as restritas medidas para controlar a evolução da pandemia, o amor não teve grande oportunidade para ser celebrado da forma com que muitos sonharam.

Embora não tenha sido possível apurar quantos casamentos foram cancelados ou adiados devido à covid-19, a Diocese do Funchal afirmou ao JM que a maior parte foi, de facto, remarcada para 2021.

No entanto, com o evoluir da situação epidemiológica nas primeiras semanas do ano, novas questões e incertezas voltaram a assombram os noivos. Entre recolher obrigatório e limitação do número de pessoas permitidas por ajuntamento, muitos casais veem-se uma vez mais obrigados a reagendar as suas cerimónias para os meses de setembro, outubro e novembro, ou mesmo para 2022.