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Apr 21, 2021 - 2 minute read

Morte de lobo marinho nas Ilhas Desertas foi de causas naturais

A fêmea de lobo marinho encontrada sem vida nas Ilhas Desertas, no arquipélago da Madeira, morreu de fatores de ordem natural, estando excluída a possibilidade de interação com humanos, anunciou hoje o Governo Regional. “O lobo marinho encontrado morto no fim da passada semana foi já necropsiado”, lê-se na informação hoje divulgada pela secretaria regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climática.

Na nota, este departamento do executivo madeirense adianta que, “embora a causa da morte não seja ainda conhecida, ficou concluído que esta ficou a dever-se a fatores de ordem natural, estando completamente posta de parte qualquer questão que derive de uma interação com humanos”.

No passado sábado, uma fêmea de lobo marinho, batizada com o nome de Maminhas, foi encontrada morta numa praia da Deserta Grande, local onde existe uma colónia desta espécie, que passou de seis elementos para cerca de trinta exemplares em três décadas.

A Madeira desencadeou um projeto de conservação desta espécie, a foca monge do Mediterrâneo, a mais rara do mundo, considerada em risco de extinção em 1988, tendo a descoberta da colónia levado à criação da área protegida das Ilhas Desertas em 1990, que passou a reserva natural em 1995.

“Esta [morte] é uma grande perda para a colónia das Ilhas Desertas, na medida que se tratava de uma fêmea adulta, relativamente nova e ainda com muitos anos férteis pela frente”, destaca a nota divulgada pelo executivo madeirense.

Passada esta primeira fase, a necropsia, será realizada uma análise “do ponto de vista da histopatologia e toxicologia”.

A informação destaca que sendo esta “uma área da veterinária muito específica, estão envolvidos nesta análise especialistas externos à região, nomeadamente espanhóis”.

A necropsia foi realizada nas instalações do Museu da Baleia, na freguesia do Caniçal, concelho de Machico, por uma equipa multidisciplinar composta por elementos desta entidade da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, da Direção Regional de Pescas e do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).

O animal foi transportado para o Funchal no passado sábado numa operação conjunta envolvendo o Museu da Baleia, os Bombeiros Sapadores do Funchal e o IFCN.

O Governo Regional assegura que no decorrer desta operação “foram seguidos os procedimentos base definidos pela Rede SOS Vida Selvagem e pela Rede de Arrojamento de Cetáceos da Madeira”.

Os lobos marinhos são mamíferos que podem atingir os três metros de cumprimentos e os 350 quilos.