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May 2, 2021 - 3 minute read

Milhares de empregos em risco

Cerca de 150 pessoas, representando de mais de uma dezena de sindicatos, participaram ontem na tradicional manifestação do 1° de Maio, organizada pela União dos Sindicatos da Madeira (USAM), estrutura que faz parte da CGTP-IN. Marcharam no Funchal pela defesa da contratação coletiva, pela revogação da caducidade, pelas 35 horas para todos os trabalhadores, pelo combate à exploração laboral e por aumentos salariais.

“Estamos a assinalar este 1.º de Maio num momento de grande complexidade no país em geral e de modo particular na nossa região", começou por dizer o coordenador da USAM, Alexandre Fernandes já no comício que teve lugar no Jardim Municipal.

Na sequência da crise pandémica afirmou que trabalhadores foram os mais afetados, sobretudo “por respostas políticas desequilibradas e medidas que não garantem os postos de trabalho e a totalidade dos salários, quando para as empresas multiplicam as medidas e até se abrem portas para explorar ainda mais os trabalhadores”.

Afirmando que “a precariedade constitui a antecâmara do desemprego e que é a responsável pelos baixos salários”, Alexandre Fernandes disse que as propostas pelos governos não só não resolvem este “flagelo” que atinge trabalhadores, as famílias e sociedades, “como deixam o caminho aberto à sua continuidade e agravamento”.

Exemplo de uma dessas medidas, apontou, foi [o “lay-off” simplificado]. Na sua opinião “foi alargado para responder às exigências dos patrões” e traduziu-se “num corte salarial aos trabalhadores, para além de não proibir de facto dos despedimentos e penalizar a Segurança Social”.

“Neste momento em que estão ameaçados alguns milhares de postos de trabalho e há mais de 30 mil desempregados na Região”, Alexandre Fernandes alertou para o facto de “outros milhares” estarem em situação de “enorme perda de remuneração”.

 

Situação dramática na hotelaria

Preocupado com a “situação dramática” que se vive na hotelaria, mas também no setor da restauração, Alexandre Fernandes abordou ainda as dificuldades sentidas pelos setores da construção civil, da saúde, da educação, dos transportes e da prestação de serviços, afirmando ser necessário “intensificar o esclarecimento, a ação, a intervenção e a luta” por salários justos e melhores condições de vida.

CGTP apelou à luta

Luísa Paixão, membro do Conselho Nacional da CGTP, também interveio neste comício, e também ela focou os problemas que afligem os trabalhadores, nomeadamente a precariedade e os baixos salários, que deixam um rasto de pobreza em quem trabalha ou trabalhou”.

Apelando à intensificação da luta, Luísa Paixão disse que esta “é fundamental”, salientando que, com a luta “organizada e consequente” é “possível construir um outro rumo”. “Vamos levar mais longe a luta pelos direitos para garantir a afirmação dos valores de Abril”, afirmou.