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Apr 4, 2021 - 2 minute read

Mil taxistas contra 80 “uber’s” na corrida pelo emprego

“Nós somos mais de mil e eles 80. Não regulamentar a atividade da UBER significava pôr em causa a sustentabilidade destas famílias todas”. O argumento é de Paulo Pereira, presidente da Associação de Táxis e outros Transportes Terrestres da Madeira (TáxisRAM), que aplaude a decisão do Governo Regional limitar o número de veículos e o regime jurídico da TVDE. Do outro lado da barricada, Darnel Pereira, operador de UBER, considera que está em causa a privação do acesso dos madeirenses a um serviço mais económico. “Os madeirenses que recorrem ao UBER, muitos deles para fazerem compras, não utilizam os serviços de táxi porque não são tão económicos”, argumenta. Para Paulo Pereira contudo, se o Governo não interviesse o número de viaturas TVDE iria continuar a subir, pondo em causa a atividade dos taxistas. “Eles não veem negócio com 40 viaturas, sem esta medida do Governo os carros iam continuar a aumentar na Região”, insiste, garantindo não ter nada contra a UBER. Na sequência da entrada em vigor do decreto regional que adapta à Região o regime jurídico do TVDE, a UBER decidiu suspender a atividade na Madeira a partir do final do prazo de transição, atualmente anunciado para dia 6 de maio. A empresa entende que a nova legislação regional limita o número de veículos e empresas disponíveis para prestar serviços na Região, criando situações de falta de oferta em muitos locais e horários e não permitindo oferecer um serviço fiável e eficiente a utilizadores e motoristas, mas não fecha portas a um entendimento no futuro. Para Darnel Pereira, o Governo Regional devia aproveitar esta abertura para tentar defender os interesses dos madeirenses. “Com 40 viaturas, a UBER não consegue responder à procura e garantir a qualidade do serviço”, observa. O operador desafia o secretário do Turismo a comentar esta situação e defende que o Governo deve interferir na decisão anunciada pela Secretaria da Economia. “Antes da pandemia, 60% dos utilizadores da UBER eram turistas. Gostávamos de conhecer a posição do sr. secretário do Turismo. A Madeira vai deixar de prestar este serviço. É um retrocesso”, conclui Darnel Pereira.