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Mar 5, 2021 - 3 minute read

MASF sem querer passar “mais um ano em branco”

A museografia e a comunicação entre a exposição e o seu público foram os assuntos predominantes do primeiro de dois dias das ‘Conferências do Museu’, uma iniciativa do Museu de Arte Sacra do Funchal (MASF), que este ano se realizou em formato ‘webinar’, através da plataforma ‘Zoom’ e juntou mais de 80 participantes. Segundo o seu diretor, João Henrique Silva, neste primeiro dia as comunicações versaram essencialmente sobre a instalação de projetos museográficos e todo o trabalho que leva à musealização de uma determinada coleção ou espaço. Um tema “crucial” na área dos museus e do património e que acaba por ser debatido com um ano de atraso.

João Henrique Silva lembrou ao nosso Jornal que este era o tema da edição de 2020, mas que acabou por ser cancelada devido à pandemia. Por não querer criar um hiato temporal muito grande, até porque as ‘Conferências do Museu’ são uma das ‘bandeiras’ que o Museu defende em termos de “reflexão, conhecimento, divulgação, conhecimento e de participação no diálogo com investigadores e profissionais do setor”, João Henrique Silva explicou que o objetivo foi o de não querer passar um “ano em branco” sem pôr este programa no terreno. A melhor maneira que o Museu encontrou para fazer isso foi por forma digital, através da realização de uma ‘webinar’.

No fundo, resumiu o diretor, “a discussão [neste primeiro dia] focou-se em ter uma estratégia de comunicação para um acervo pré-existente. Há uma relação estreita entre museologia, que estuda toda a técnica de instalar/preservar uma coleção, com a museografia onde entra a escrita e o design, que é uma vertente crucial para a comunicação”.

De salientar que, para hoje, último dia destas conferências, estão previstas intervenções de Francisco Providência, da Universidade de Aveiro; Susana Rosmaninho, da Associação Contentor e Conteúdo; Susana Gonzaga, da Universidade da Madeira; Francisco Pimentel, da Direção Regional da Cultura dos Açores e Paulo Providência, da Universidade de Coimbra. O encerramento do evento, por volta das 13h00, ficará por conta do diretor do MASF, João Henrique Silva. A importância do património e da cultura no ensino do Design, bem como a ligação entre a arquitetura e a museologia serão alguns dos temas em debate.

 

Presença nas redes sociais intensificada

O Museu de Arte Sacra da Madeira está aberto desde maio do ano passado, mas sem turistas, as visitas têm sido poucas.

Reconhecendo algumas dificuldades do ponto de vista financeiro, João Henrique Silva lembrou que o importante é não encerrar e que um museu não pode ser olhado apenas do ponto de vista do visitante e do público.

Recordou que há também um trabalho interno, muitas vezes invisível cá fora e no imediato, mas que é fundamental porque tem a ver a investigação e preparação de conteúdos para os suportes digitais.

De modo a manter-se sempre “visível”, ao longo deste tempo, revelou que o MASF tem tentado intensificar a sua presença nas redes sociais, dando sobretudo visibilidade às suas iniciativas.