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Mar 4, 2021 - 3 minute read

Madeira “não negligenciou” a pandemia, diz Pedro Ramos

Secretário da Saúde recorda medidas tomadas na prevenção e durante a primeira e segunda vagas. JPP acusa Governo de usar a pandemia para fugir às responsabilidades com problemas antigos. O secretário regional da Saúde e Proteção Civil assegurou ontem, na Assembleia Legislativa da Madeira, que a Região “não negligenciou” a pandemia de covid-19. “A Madeira não negligenciou esta pandemia e preparou-se atempadamente para o seu aparecimento”, declarou o governante, no debate potestativo requerido pelo JPP, sobre o Serviço Regional de Saúde na Madeira, em tempo de pandemia.Recordando o trabalho que qualificou como incansável, ao longo de 45 anos, no SESARAM, Pedro Ramos destacou os investimentos de dois mil milhões de euros na área da saúde ao longo dos últimos cinco anos. “A pandemia veio interromper um pouco este ciclo novo que iniciamos há alguns anos e pôs à prova o SESARAM, mas os seus profissionais souberam dar resposta”, declarou. Mais recentemente, sublinhou, em especial, as várias medidas preventivas implementadas pelo Executivo regional antes e durante a primeira onda, e elencou também as ações tomadas para controlar a segunda vaga, reforçando várias vezes a ideia: “Não negligenciámos esta pandemia”.Problemas antigos, aponta JPPPara o JPP, todavia, nem tudo vai bem na saúde, e os problemas já “são anteriores à pandemia”. O deputado Paulo Alves deu início à sessão no plenário, apresentando a iniciativa do partido, e apontando que a covid-19 apenas fez “emergir as dificuldades” que já existiam, acusando ainda o Executivo de “usar os problemas desta pandemia para fugir manhosamente” às responsabilidades.O parlamentar alertou para um aumento das listas de espera para cirurgia, que passaram de 14.936 para mais de 20 mil, entre 2015 e 2019 [período de governação de Miguel Albuquerque], o mesmo acontecendo com as consultas e testes de diagnóstico, totalizando as 100 mil referenciações.Paulo Alves lembrou ainda que a pandemia veio aumentar a pressão sobre o SESARAM, e que “os profissionais estão exaustos por esta situação, que se arrasta há um ano", declarou, defendendo que “existem serviços que não podem ser descurados”.A não cobertura total dos residentes da Madeira por médico de família – faltando cerca de 30% da população, equivalente a 75 mil pessoas –, os problemas com o descongelamento das carreiras de enfermagem “vergonhosamente adiado”, que penaliza 150 profissionais, e o investimento de mais 200 mil euros na criação de uma Direção Regional de Saúde foram outras críticas feitas pela bancada do JPP.Respondendo a algumas destas críticas, o secretário regional da Saúde lembrou o reforço que tem sido feito nos cuidados de saúde primários, com a contratação de mais médicos e enfermeiros. Adiantou que espera, até ao final do mandato, ter a total cobertura dos cuidados primários, e também de médicos de família. Quanto ao número de cirurgias e consultas, voltou a referir que, mesmo em ano de pandemia, os números de ações realizadas aumentaram.